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PT considera delação liberada por Moro como bala de prata na reta final

(DA REDAÇÃO) – A decisão do juiz Sérgio Moro de levantar parte do sigilo da delação premiada do ex-ministro Antonio Palocci, evidencia o caráter político da decisão, com o claro objetivo de influenciar nas eleições do próximo dia 7. Moro tomou a decisão no mesmo dia em  que o ministro do STF Ricardo Lewandovski determinou que o TRF 4 cumpra a decisão de liberar a entrevista de Lula, sob pena de crime de desobediência.

Em nota, o Partido dos Trabalhadores afirma que a seis dias do primeiro turno das eleições presidenciais, o juiz Sérgio Moro volta a agir politicamente e levanta o sigilo da delação premiada de Antonio Palocci. “Tal delação foi recusada pelo Ministério Público, por falta de provas, e mesmo assim foi não apenas confirmada pela Polícia Federal como serve de tentativa de “bala de prata” às vésperas das eleições. A conduta adotada por Moro reforça o caráter político dos processos e da condenação injusta imposta ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva”.

TEMPERATURA ALTA

Ainda segundo o PT, “a iniciativa de Moro confirma o aumento de temperatura da última semana, paralelo à subida de Haddad nas pesquisas. Outros exemplo são a censura de Fux a entrevistas de Lula e ação do MPF para que o mesmo Moro interferisse em decisão do STF sobre o tema”.

SEM PROVAS

Em entrevista concedida à Folha de S. Paulo no final de julho, o jurista Carlos Fernando Lima, procurador da Lava Jato, explica em detalhes que a delação de Palocci, na opinião do Ministério Público, não é válida, por falta de provas. Mais do que isso, ele indica que a Polícia Federal firmou o acordo apenas para provar que tinha poder para tanto.

O procurador trouxe o exemplo da delação de Palocci para mostrar como o instituto da delação premiada pode ser prejudicado pelo seu mau uso.

“Vou dar o exemplo também do acordo do [Antônio] Palocci, celebrado pela PF depois que o Ministério Público recusou. Demoramos meses negociando. Não tinha provas suficientes. Não tinha bons caminhos investigativos. Fora isso, qual era a expectativa? De algo, como diz a mídia, do fim do mundo. Está mais para o acordo do fim da picada. Essas expectativas não vão se revelar verdadeiras. O instituto é o problema? Eu acho que a PF fez esse acordo para provar que tinha poder de fazer”, disse Carlos Fernando Lima.

Sobre a recusa do Ministério Público de firmar acordo de delação premiada com Palocci, Carlos Fernando Lima afirmou: “As pessoas irão à PF se não tiverem acordo conosco. Não recusamos porque não gosto da cara do cidadão, mas porque vamos ter dificuldade para explicar por que fizemos. Acordo não é favor”.

O procurador da Lava Jato diz ainda que a delação de Palocci não se justifica.

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