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Psiquiatra da FSFX reforça a importância do bem-estar emocional

Médico destaca papel da NR1, exigindo que empresas considerem os fatores psicossociais como parte de suas estratégias de prevenção e cuidado com o trabalhador

IPATINGA – Procurar um psiquiatra ainda é, para muitos, motivo de medo ou vergonha. E mesmo no mês de setembro quando ganha destaque a Campanha Setembro Amarelo, o estigma de que apenas pessoas com doenças mentais graves precisam de ajuda especializada continua presente no imaginário popular, mesmo diante de um cenário crescente de adoecimento emocional no Brasil. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que o país lidera o ranking de ansiedade no mundo e ocupa o segundo lugar em casos de depressão nas Américas, com cerca de 19 milhões de brasileiros afetados. Em meio a esse contexto, a saúde mental vem ganhando protagonismo nas discussões sobre qualidade de vida, especialmente com a recente atualização da Norma Regulamentadora 1 (NR1), que passou a exigir que empresas considerem os fatores psicossociais como parte de suas estratégias de prevenção e cuidado com o trabalhador.

AFASTAMENTO E TRANSTORNOS

Segundo dados do INSS, o Brasil registrou um aumento de 41% nos afastamentos por transtornos mentais entre 2019 e 2022. A cada 10 auxílios-doença concedidos no país, pelo menos 1 tem origem em causas emocionais. Diante desses números, fica claro que o cuidado com a saúde mental precisa sair do campo do tabu e entrar, de forma definitiva, na rotina das pessoas.

Para o psiquiatra da Fundação São Francisco Xavier (FSFX), Dr. Arthur Lobato, a raiz do preconceito e o receio de procurar ajuda, ainda está em uma imagem ultrapassada da psiquiatria. “As pessoas ainda enxergam o psiquiatra com base em relatos antigos, de parentes e avós, que viveram um tempo em que os tratamentos envolviam medicamentos pesados e os pacientes ficavam debilitados, babando, tremendo. Isso criou um estigma. Soma-se a isso a crença de que depressão e ansiedade são apenas falta de força de vontade ou até mesmo de fé. Mas isso não é verdade.

Atendo pacientes extremamente religiosos, pessoas boas, que sofrem com esses transtornos e precisam de cuidado”, explica.

IMPACTO NA ROTINA

O médico reforça que não é preciso esperar chegar ao limite para buscar ajuda. O momento certo para procurar um psiquiatra é quando o sofrimento começa a impactar na rotina, no trabalho, nas relações e nas tarefas do dia a dia. “Se a pessoa percebe que está levando muito tempo para realizar atividades simples, que está sobrecarregada emocionalmente, ou se começa a perder o prazer pelas coisas, esse é o sinal de alerta. Sofrimento não pode ser ignorado”, orienta.

DESMISTIFICAÇÃO

Desmistificar a ideia de que psiquiatra é só para quem está em crise é outro ponto importante. Dr. Arthur compara a psiquiatria com outras áreas da medicina. “Ninguém espera a glicose estar altíssima para procurar um endocrinologista. O mesmo vale para a saúde mental. Ela pode e deve ser cuidada preventivamente. Transtornos psiquiátricos, como qualquer outra doença clínica, são preveníveis”, alerta.

NR 1

Com essa crescente de adoecimento mental no Brasil, a atualização da NR1 ganhou destaque, tornando o cuidado com a saúde mental uma exigência legal no ambiente corporativo, marcando um avanço significativo na valorização do bem-estar dos trabalhadores. “A saúde mental, enfim, entrou na pauta de algumas empresas, que antes não davam essa atenção. E isso é essencial, já que a maior parte do nosso tempo é passada no trabalho. Essa atualização mostra que a saúde emocional é tão importante quanto a física”, destaca Dr. Arthur.

ALÉM DO TRABALHO

O impacto do cuidado com a mente vai muito além do ambiente de trabalho. A vida, de modo geral, se transforma. Segundo o psiquiatra, quando o indivíduo está bem com sua saúde mental, ele experimenta mudanças positivas no modo de lidar com os outros, de resolver problemas e enfrentar situações adversas. “Quando você está bem consigo mesmo, tudo fica mais fácil e mais leve”, reforça.

Atenta a essa realidade, a Fundação São Francisco Xavier tem investido em ações de acolhimento e cuidado com a saúde mental dos seus colaboradores. Entre as iniciativas estão rodas de conversa, ações internas de endomarketing, escuta ativa, atuação integrada entre psicólogos, ergonomista, assistentes sociais e equipe médica. “A Fundação mantém uma equipe preparada para fazer a escuta inicial de forma sigilosa e humanizada. Quando é identificada uma necessidade, o colaborador é encaminhado para avaliação especializada. A Fundação abraça esse profissional e o acolhe com respeito.

CAMPANHAS

O médico reforça a importância das campanhas de Setembro Amarelo e reforça que cuidar da mente não é sinal de fraqueza, é prova de maturidade e amor-próprio. “Buscar apoio profissional é um ato de coragem e pode ser o primeiro passo para uma vida mais equilibrada, saudável e feliz”, pontua o especialista da FSFX.

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