domingo, novembro 24, 2024
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Primeiro Enem de Weintraub e Bolsonaro registra erro inédito

Erros na identificação dos candidatos e na cor da prova colocam em xeque ‘melhor Enem da história’, defendido pelo ministro da educação

BRASÍLIA – O tipo de problema registrado no Enem 2019 foi inédito na história do exame. Em nenhuma outra edição houve a divulgação de notas erradas da prova objetiva, corrigidas de forma digitalizada. A edição também teve o maior número de afetados diretos desde 2010.

Embora o ministro Abraham Weintraub tenha declarado que o primeiro exame sob a gestão do governo Bolsonaro tenha sido o melhor da história, no dia seguinte, reconheceu erros nas notas das provas. A falha afetou 5.974 estudantes, 0,15% dos participantes. Na segunda-feira (20), o Inep afirmou que os erros já tinham sido corrigidos e as notas atualizadas.

PROBLEMAS

O Enem tem um histórico de problemas desde 2009, quando a prova ganhou o formato atual, ainda no governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No ano, a prova vazou e o MEC teve que adiar o exame, atingindo um universo de 4,1 milhões de inscritos.

No ano seguinte, houve uma troca de gabaritos devido a um problema na impressão das provas. O problema, identificado ainda na aplicação, afetou cerca de 9.500 candidatos, que puderam refazer a prova depois.

Já em 2011, alunos de um colégio particular do Ceará tiveram acesso antecipado a questões que caíram na prova. Apesar da repercussão, apenas cerca de 600 alunos dessa escola tiveram de refazer o exame.

Em 2012, há registros de problemas na correção das redações de 129 candidatos no Enem 2012. Os participantes tiveram as notas revisadas.

Diante o acúmulo de problemas, o governo federal promoveu uma série de melhorias logísticas, com a adoção de protocolos de segurança que envolvem desde a formulação das questões até depois da aplicação.

Nos anos seguintes, há problemas pontuais com as provas, que incluiu investigações sobre vazamentos da prova em 2014 e 2016. No entanto, segundo o MEC, devido a dimensão reduzida dos casos, as provas não chegaram a ser anuladas para todos os inscritos. Também na edição de 2016, o MEC reaplicou a prova para 270 mil candidatos por causa da onda de ocupações de escolas. O motivo, portanto, não teve relação com o Ministério.

O Enem 2019 registrou erros na identificação dos candidatos e da respectiva cor de sua prova. O problema teria ocorrido por causa de falhas na gráfica, a Valid, que passou a imprimir a prova, depois que a RR Donnelley Editora decretou falência, em abril do ano passado. A empresa foi contratada sem licitação [foi a segunda colocada na licitação], mesmo sem ter experiência em trabalhos similares.

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