Assassinato foi cometido à vista de dezenas de pessoas que nada fizeram para impedir o crime dos policiais; nazi-fascismo impera também nos métodos de “solução final”
(*) Fernando Benedito Jr.
Atenção, imagens fortes!
A Polícia Rodoviária Federal de Sergipe utilizou uma viatura como câmara de gás para matar uma pessoa durante abordagem, sob o olhar de dezenas de outras pessoas que nada fizeram para evitar o crime dos policiais. A platéia que comentava, assistia e filmava o assassinato por asfixia na câmara de gás (o compartimento traseiro da viatura, onde os policiais lançaram uma bomba de gás) não reagiu, talvez temendo a violência policial ou porque naturalizasse o espetáculo de horror, como vem acontecendo no País com a aquiescência do governo federal. O presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores aplaudiram e celebraram a recente chacina policial na comunidade da Penha, no Rio de Janeiro onde 28 pessoas foram mortas.
Em Sergipe, um homem negro de 38 anos morreu após passar por uma abordagem realizada por policiais rodoviários federais no município de Umbaúba, litoral sul. Genivaldo de Jesus Santos não resistiu após ser submetido a uma ação truculenta da PRF (Polícia Rodoviária Federal), que, de acordo com vídeos e detalhes do boletim de ocorrência, mostram que os agentes usaram o que parecem ser bombas de gás lacrimogêmio para dominarem o homem. Segundo laudo do IML (Instituto Médico Legal), a causa da morte foi “insuficiência aguda secundária a asfixia” (leia mais abaixo). Segundo testemunhas, ele foi abordado na tarde de ontem em uma blitz na rodovia BR-101, enquanto pilotava uma motocicleta.
Genivaldo não resistiu á abordagem e tinha problemas mentais. Os policiais foram avisados dos problemas de saúde por pessoas que o conheciam e presenciaram o assassinato e por um parente que estava no local.
Em nota, a PRF também falou que vai apurar o caso.
(*) Fernando Benedito Jr. é editor do Diário Popular.