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Pressionado, Moro revoga a prisão de Guido Mantega

O ex-ministro Guido Mantega foi preso no hospital onde acompanhava a esposa com câncer que se submeteria a uma cirurgia  (Créditos da foto: O Globo)

(COM AGÊNCIAS) –  Depois da ampla repercussão negativa da prisão arbitrária do ex-ministro Guido Mantega, o todo-poderoso juiz de Curitiba Sérgio Moro decidiu revogar a decisão. Mantega foi preso no Hospital Albert Einstein, na capital paulista. Ele acompanhava a esposa, que tem câncer e estava sendo anestesiada para passar por uma cirurgia. Segundo o advogado, os policiais estiveram às 6h no apartamento de Mantega, em Pinheiros, zona oeste, mas encontraram apenas o filho adolescente e a empregada doméstica. Em troca de delação premiada para se livrar da prisão o empresário Eike Batista disse que Mantega lhe pediu R$ 5 milhões para saldar dívidas do Partido dos Trabalhadores.

JUSTIFICATIVA
Ao justificar a decisão de mandar soltar o ex-ministro, Moro afirmou que, diante do quadro de saúde da esposa de Mantega, e como as buscas e apreensões de documentos nos endereços residenciais e comerciais dos investigados já foram feitas, não há mais a necessidade de manter o ex-ministro detido, já que ele não pode mais interferir na colheita de provas. Moro não consultou o Ministério Público Federal (MPF), nem a autoridade policial antes de tomar a decisão.

Ao revogar a prisão temporária, Moro garantiu que nem ele, nem as autoridades policiais ou os procuradores da República que participam da força-tarefa da Lava Jato sabiam que a esposa de Mantega estava internada no Hospital Albert Einstein para se submeter a uma cirurgia, “devido a uma doença grave”.

LIBERDADE SEQUESTRADA
O advogado José Roberto Batochio, que defende o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, preso ontem (22) na Operação Arquivo X, disse que a prisão – efetuada pela Polícia Federal – foi “absolutamente desnecessária”.
“As liberdades públicas e individuais estão sequestradas no Brasil e o cativeiro delas é no estado do Paraná, em Curitiba”, disse Batochio. Ele falou à imprensa, que aguardava a saída de Mantega, do lado de fora da sede da Polícia Federal, na capital paulista, onde o ex-ministro chegou às 9h30. Um pequeno grupo de manifestantes que apoia a prisão de Mantega se formou no local.

Ao ser informado sobre a chegada dos policiais, o advogado orientou, por telefone, que Mantega deixasse o Centro Cirúrgico e descesse ao saguão. “Eu disse: é melhor sair daí, senão vai gerar um tumulto”, contou Batochio. O ex-ministro recebeu voz de prisão quando já estava no saguão.

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