Decisão foi tomada sob alegação de que dados são incongruentes, mas prejudicam a informação e a transparência sobre situação da pandemia na cidade
IPATINGA – O governo do prefeito Gustavo Nunes (PSL) decidiu suprimir os dados sobre óbitos nos boletins epidemiológicos emitidos pela Prefeitura Municipal. O último boletim constando o número total de óbitos foi emitido no dia 8 de janeiro, quando registrou-se 324 mortes por covid-19. Os boletins seguintes vieram suprimindo os óbitos ou informando apenas as mortes diárias, sem a totalização. Por fim, decidiu-se também pela supressão dos óbitos diários.
Outra alteração foi quanto as notas, antes emitidas diariamente, quando os óbitos eram registrados. Os boletins anteriores informavam prioritariamente a quantidade de óbitos, idades das vítimas, bairros onde moravam e hospitais onde estavam internados, o que garantia total transparência e credibilidade da informação, além de contribuir para esclarecer a população sobre a gravidade da pandemia e a necessidade de adoção de medidas de proteção, distanciamento e demais protocolos para evitar a disseminação e contágio pelo novo coronavírus.
CURADOS
Seguindo o exemplo do governo federal, também adotado pela Prefeitura de Coronel Fabriciano, o novo governo de Ipatinga optou por priorizar nas notas os aspectos positivos, como as pessoas curadas ou que deixaram as UTIs. Mas, nem este modelo “informativo” durou. Também foi eliminado.
INCONGRUÊNCIA
Em nota, o atual governo informou que a supressão dos números de óbitos ocorreu porque “avaliando as informações/dados de mortes relacionadas à Covid, percebemos incongruência nos dados anteriores. Em função disso, até que tenhamos segurança quanto à exatidão e fidelidade desses números, eles não constarão no boletim”.
As informações sobre óbitos são repassadas à Secretaria Municipal de Saúde de Ipatinga pelo Hospital Márcio Cunha, Hospital Municipal de Ipatinga (administrado pelo próprio município) e por outras unidades hospitalares da região. Os dados, centralizados pela SMS, são encaminhados à Gerência Regional de Saúde (GRS).