BH – O minério de ferro apresentou uma forte alta e seu preço atingiu o maior patamar da história em abril, ultrapassando a marca dos US$ 195 a tonelada no encerramento do mês. Dentre as principais ocorrências que impulsionaram a elevação tão grande e rápida da commodity estão o crescimento da demanda por aço estimulada por incentivos econômicos, o desempenho positivo dos contratos futuros de aço e minério, as margens saudáveis na siderurgia e a inexistência de oferta adicional durante este ano.
Dados da publicação “Fastmarkets MB” revelaram que a tonelada do minério com pureza de 62% concluiu o mês de abril avaliada em US$ 188,85 no porto chinês de Qingdao. Os lucros acumulados alcançaram os 14,35% naquele mês e já totalizam 17,7% neste ano.
Em reação ao rali da commodity, a China Iron and Steel Association (Cisa) – entidade que reúne a indústria de ferro e aço da nação asiática – não viu com bons olhos os caminhos recentes da matéria-prima e solicitou que a indústria expanda a exploração de recursos no país e no mercado internacional. Também sugeriu a criação de regras mais rigorosas para os mercados futuros.
IMPACTO
Segundo a sócia e diretora do Grupo MBL, Dáfane Guimarães Faria e Silva, para conter as consequências da valorização acelerada do minério, o governo chinês comunicou a diminuição dos descontos de exportação para diversos produtos siderúrgicos. “A China está vivendo um momento em que a preocupação com as emissões de gases do efeito estufa cresceu bastante no país. A determinação anunciada pelo presidente neste contexto impactou negativamente os preços da commodity”, ressalta.
No entanto, a medida se mostra positiva para a siderurgia global, pois auxilia na eliminação de dúvidas quanto a conservação dos preços do aço. “Na China, o governo local está analisando a implementação de novas iniciativas que promovam a integração e consolidação da indústria siderúrgica e estimulem o desenvolvimento do poder de negociação da mesma”, destaca.
Contudo, Dáfane avalia que o valor atual do minério apresenta um alto nível de desequilíbrio. “A demanda chinesa está cada vez maior devido aos estímulos aplicados em setores de atividades básicas, que dependem de commodities metálicas, como é o caso da construção civil. No entanto, os preços vigentes da matéria-prima estão bem disfuncionais”, conclui.