Mortes em operação na Penha chegam a 22, diz Ministério Público; segundo a PM, criminosos começaram a fazer disparos e houve confronto
RIO – A operação mais mortal das forças de segurança do Rio neste ano resultou em pelo menos 21 mortos, no Complexo da Penha, segundo a última atualização do Ministério Público (MP). A ação reuniu efetivos das polícias Militar, Federal e Rodoviária Federal, desde a madrugada, com objetivo de prender lideranças criminosas escondidas na comunidade.
O MP instaurou um Procedimento Investigatório Criminal (PIC) para apurar as circunstâncias das mortes ocorridas durante operação policial. O PIC determina que o comando do Batalhão de Operações Especiais (Bope) envie, em um prazo máximo de dez dias, o procedimento de averiguação sumária dos fatos ocorridos durante a operação. Devem ser ouvidos todos os policiais militares envolvidos e indicados os agentes responsáveis pelas mortes, além de esclarecer sobre a licitude de cada uma das ações letais.
MEDIDAS CABÍVEIS
Quanto aos agentes federais envolvidos na ação, foi expedido ofício ao Ministério Público Federal (MPF) para ciência dos fatos e a adoção das medidas cabíveis. Além disso, foi requisitado ao Departamento-Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa da Polícia Civil que sejam enviadas informações sobre os inquéritos policiais instaurados para apurar os fatos.
A 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada também encaminhou ofício à Delegacia de Homicídios, recomendando que todas as armas dos policiais militares envolvidos na ação sejam apreendidas e enviadas para exame pericial, inclusive comparando com os projéteis que venham a ser retirados das vítimas.
OPERAÇÃO
De acordo com a assessoria da PM, as equipes do Bope e da PRF se preparavam para a incursão, quando criminosos começaram a fazer disparos de arma de fogo na parte alta da comunidade. Uma mulher foi ferida na Chatuba, uma comunidade fora da área da operação, e morreu no local.
Durante a ação, ocorreu confronto. Houve apreensão de 13 fuzis, quatro pistolas e 12 granadas, além de drogas. O total ainda será contabilizado. O feridos foram encaminhados ao Hospital Estadual Getúlio Vargas.
Segundo informações do setor de inteligência da PM, três destes feridos seriam de outros estados. Na localidade conhecida como Vacaria, mais de 20 veículos, entre motos e carros, usados por criminosos em fuga, foram apreendidos.
Mortos identificados até agora:
1 – Gabrielle Ferreira da Cunha. Natural do Rio de Janeiro, ela tinha 41 anos. A moradora da Chatuba, favela vizinha a Vila Cruzeiro, foi baleada dentro de casa. Segundo a PM, é possível que ela tenha sido atingida por uma arma de longo alcance.
2- Patrick de Andrade da Silva. Conhecido como PT do Jacaré, ele completou 22 anos no último dia 4. Nasceu em Duque de Caxias, cidade da Baixada Fluminense. Patrick tinha uma passagem por suspeita de tráfico de drogas e associação para o tráfico.
3 – Geovane Ribeiro dos Anjos. Conhecido como Pinguim ou do Gelo, ele completou 27 anos em março. Nascido no Rio de Janeiro, ele foi preso em 2014 e em 2017 por tráfico de drogas. Em 2018, Geovane teve uma nova anotação por tráfico.
4 – Maycon Douglas Alves Ferreira da Silva. Conhecido como Maiquim, ele tinha 29 anos. Nascido no Rio de Janeiro, ele possuía quatro anotações criminais. Em 2019, ele foi preso em flagrante pela Delegacia de Honório Gurgel, na zona norte, por tráfico de drogas. Em 2021, ele foi condenado a 6 anos, três meses e 18 dias de prisão em regime fechado.
5 – Carlos Henrique Pacheco da Silva. Natural do Rio de Janeiro. Ele tinha 25 anos. Não há informações até o momento de anotações criminais.
6 – Leonardo dos Santos Mendonça. Natural do Rio de Janeiro. Tinha 29 anos. Sem informações até o momento de anotações criminais.
7 – Marcelo da Costa Vieira. Marcelo da Costa Vieira. Nascido em Petrópolis, cidade da região Serrana do Rio de Janeiro. Ele tinha 33 anos. Ele tinha três anotações. Em 2008 respondeu a um processo por violência contra a mulher que foi arquivado. Em 2014, ele foi preso por tráfico de drogas e foi absolvido. Atualmente, ele aguardava julgamento por ameaça e injúria real.
8 – Sebastião Teixeira dos Santos. Natural do Rio de Janeiro. Tinha 40 anos. Sem informações até o momento de anotações criminais.
9 – André Luiz Filho. Sem informações.
10 – Roque de Castro Pinto Júnior. Oriundo do Amazonas.