Policiais seguem em direção à ocupação; número total de efetivo não foi informado (Fotos: André Almeida)
IPATINGA – A Polícia Militar deflagrou, na manhã desta quinta-feira (13), operação para a retirada das famílias que ocuparam áreas públicas dos bairros Nova Esperança e Recanto. Os trabalhos foram iniciados por volta das 7h e ocorreram de forma pacífica.
Além de diversos militares e grupos especializados da PM – como a cavalaria e PM ambiental –, a operação contou com o apoio do Corpo de Bombeiros e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Cerca de 70 garis do serviço de limpeza da Prefeitura também participaram da desocupação e um helicóptero fez o reconhecimento da área.
A operação foi desencadeada após uma decisão judicial conceder à Administração de Ipatinga o direito de reintegração de posse da área invadida no início de janeiro deste ano. Nesta quinta, 20 oficiais do Tribunal de Justiça de Minas Gerais acompanharam todo o trabalho a fim de garantir que a sentença fosse obedecida.
Poucas famílias ficaram na ocupação durante a ação policial e os que aguardaram o cumprimento da ordem judicial não criaram atritos com as forças de segurança. Meire Dias foi uma das moradoras despejadas durante a desapropriação.
A manicure de 35 anos contou que instalou um barraco logo nos primeiros dias da ocupação após deixar a casa da sogra, onde morava de favor. Na última terça-feira (11), ela foi avisada por representantes da Prefeitura, que solicitaram que os moradores da invasão retirassem suas coisas do lugar.
Quem também precisou deixar a ocupação foi o açougueiro Cleber Pereira, de 33 anos, que havia montado um barraco na invasão há cerca de dois meses. Segundo ele, o motivo que o levou para o Nova Esperança foi o sonho da casa própria e a falta de recursos para adquirir o imóvel. “A gente não aguenta mais pagar aluguel”, desabafou.
O presidente da associação de moradores do Nova Esperança, Genilson Almeida, afirmou lamentar a decisão que levou à desocupação do terreno. “Nesse lugar, temos idosos, mulheres grávidas e também com vários filhos. A decisão da Prefeitura de Ipatinga é só para retirar, mas eles não pensam em resolver o problema”, reclamou.
De acordo com o comandante do 14º Batalhão da PM, Edvânio Carneiro, nenhum incidente foi registrado e os trabalhos aconteceram dentro da normalidade. “O comando da polícia fez um cuidadoso trabalho de planejamento, pois sabemos que essa situação vai além da ocupação, é um problema social. Mas a PM fez uma avaliação da área e esteve no bairro dias antes, passando as orientações e pedindo para que as famílias saíssem de forma pacífica dos barracos. Por enquanto, tudo está acontecendo dentro do combinado”, explicou.
Manicure foi uma das ocupantes desapropriadas