segunda-feira, novembro 25, 2024
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Plataforma Petra Belas Artes disponibiliza cults do cinema

Criado pelo cinema de rua paulistano Petra Belas Artes, o serviço de streaming destaca obras assinadas por nomes como Fritz Lang, Luchino Visconti, Jean-Luc Godard e José Mojica Marins, o Zé do Caixão

Opção voltada a quem já cansou do conteúdo pop encontrado nas plataformas de streaming mais conhecidas, o Petra Belas Artes à la Carte disponibilizou seu acervo gratuitamente em meio à pandemia do coronavírus. Criado pelo cinema de rua de São Paulo Petra Belas Artes, o serviço destaca filmes cult e clássicos, abrindo mão das produções hollywoodianas para abrigar uma coleção multicultural de diversos países e épocas.

O acesso é liberado a quem se cadastrar na plataforma até o dia 15 de abril. Depois disso, é preciso assinar por R$ 10,90 ao mês.

A gratuidade vem na esteira de outra novidade do serviço: antes hospedado pelo portal de aluguel de filmes Looke, ele mudou de casa. Repaginado, o Petra Belas Artes à la Carte agora tem endereço próprio em belasartesalacarte.com.br

CULTS

Segundo a equipe do Belas Artes, o acervo conta com curadoria original e criativa, voltada para “quem está cansado da mesmice”. O repertório contempla filmes aclamados pela crítica produzidos na Argentina, Brasil, França, Itália, Irã, Reino Unido, Rússia, Austrália, Japão e EUA.

No catálogo, o streaming do Belas Artes tem grandes destaques como Metrópolis (Fritz Lang, 1927), Contos da Lua Vaga depois da Chuva (Kenji Mizoguchi, 1953), Morte em Veneza (Luchino Visconti, 1971), Uma Noite em Casablanca (Archie L. Mayo, 1946), Uma Mulher é uma Mulher (Jean-Luc Godard, 1961) e A Regra do Jogo (Jean Renoir, 1939), além do brasileiro Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver, de José Mojica Marins, o Zé do Caixão.

Os filmes foram divididos em categorias incomuns: “Cults incríveis”, “Mulheres maravilhosas”, “Hahaha”, “Se você nunca viu um filme Cult comece aqui”, “Preparem seus lenços”, “Para roer as unhas”, “Todo cinéfilo precisa ver antes de morrer”, “França mon amour”, “Boy meets girl”, ou ainda “Não soubemos classificar”.

Para cada filme é produzido um conteúdo especial, explicando o porquê de assisti-lo. Ali, o espectador confere curiosidades, informações e histórias relativas à obra. Também é disponibilizado o Cardápio Semanal, trazendo vídeos em que curadores apresentam os lançamentos da plataforma.

O cinema russo tem destaque na programação do “Belas Artes à La Carte”. O streaming disponibiliza 10 títulos do Estúdio Mosfilm, um dos maiores estúdios cinematográficos da Europa, que são distribuídos no Brasil pelo CPC-UMES Filmes.

IMPERDÍVEIS

O jornalista Rafael Argemon, do portal “Huffpost Brasil”, elaborou uma lista com 10 filmes “imperdíveis” no “Belas Artes a La Carte”. A parceria do CPC-UMES Filmes com a Mosfilm entrou abrindo a lista, com “Vá e Veja”, de Elem Klimov, e fechando com “Stalker”, de Andrei Tarkovsky.

Abaixo, a lista elaborada pelo jornalista:

Vá e Veja (1985)

10 filmes imperdíveis para ver de graça no Belas Artes À La

Sinopse: Na rural Bielorrússia de 1943, o jovem e inocente camponês Florya (Aleksei Kravchenko) acaba se juntando a um grupo de guerrilheiros anti-nazistas meio ao acaso. Deixado para trás, ele acaba voltando a seu vilarejo, mas encontra o local totalmente destruído e todos os moradores massacrados por tropas nazistas. Perturbado com o fato, ele passa a vagar sem rumo pela região, testemunhando ainda mais atrocidades.

Por que ver: Poucas vezes os horrores da guerra foram tão bem retratados como nesse filme do soviético Elem Klimov. Algumas cenas são tão impactantes que o diretor confessou ter usado os serviços de um terapeuta para hipnotizar seu protagonista, o garoto Aleksei Kravchenko.

Trono Manchado de Sangue (1957)

10 filmes imperdíveis para ver de graça no Belas Artes À La

Sinopse:  Após defenderem seu senhor em uma batalha, Taketori Washizu (Toshirô Mifune) e Yoshiteru Miki (Akira Kubo) cruzam no caminho para casa com um espírito que prevê Washizu assumindo o trono, mas que logo será substituído pelo filho de Miki. Washizu fala sobre o tal encontro com a esposa, lady Asaji (Isuzu Yamada). A partir daí, ela convence o marido a matar seu senhor, assumir o trono e eliminar todos que ameacem sua posição.

Por que ver: Entre as famosas adaptações de Shakespeare pelo cineasta japonês Akira Kurosawa, Trono Manchado de Sangue – que transporta a famosa peça Macbeth para o Japão feudal – é considerada por muitos críticos como a melhor delas.

Lúcio Flávio, O Passageiro da Agonia (1977)

10 filmes imperdíveis para ver de graça no Belas Artes À La

Sinopse: No Rio de Janeiro da década de 1960, um notório assaltante de bancos chamado Lúcio Flávio (Reginaldo Farias) é perseguido e capturado pelo delegado Dr. Bechara (Ivan Cândido) depois de um roubo em uma cidade do interior carioca. Ajudado por Moretti (Paulo César Pereio), um policial corrupto ligado ao Esquadrão da Morte, a escapar, Lúvio resolve largar a vida de crimes e foge para Belo Horizonte com sua esposa Janice (Ana Maria Magalhães). Mas ele sabe demais e está marcado para morrer.

Por que ver: Além de ser um grande filme, o segundo longa de Hector Babenco é impressionantemente atual. Para quem quer entender as origens do que hoje é a milícia carioca…

Era uma vez em Tóquio (1953)

10 filmes imperdíveis para ver de graça no Belas Artes À La

Sinopse: Após 20 anos sem ver os filhos, um casal de idosos viaja da interiorana Onomichi a a capital Tóquio para visitá-los, mas são recebidos com indiferença por quase todos. A única que lhes dá atenção e uma nora, viúva de um dos filhos do casal, que morreu na Segunda Guerra Mundial. Porém, quando a mãe adoece, os filhos resolvem confortá-la.

Por que ver:  Uma ótima oportunidade para ver a obra-prima do mestre do cinema japonês Yasujiro Ozu. Era uma vez em Tóquio é o seu mais belo e sensível melodrama.

Ser ou não Ser (1942)

Sinopse: Na Polônia ocupada pelos nazistas, Josef Tura (Jack Benny), diretor de uma companhia de teatro resolve, junto com sua esposa, a atriz  Maria (Carole Lombard), a ajudar a resistência polonesa. Para tal, eles utilizam suas habilidades artísticas e, junto com outros atores da companhia, se fazem passar por agentes da Gestapo, o serviço de inteligência nazista. Mas Maria acaba sendo capturada e Josef bola um plano mirabolante para libertá-la.

Por que ver: Com seu talento absurdo para a comédia, o alemão Ernest Lubitsch abriu as portas de Hollywood para uma geração de excelentes diretores que fugiram do nazismo. Ser ou não Ser é um de seus muitos filmes cheios de charme e bom-humor.

Em Chamas (2018)

Sinopse: O jovem entregador Jong-soo (Yoo Ah-In) acaba reencontrando por acaso Hae-mi (Jeon Jong-seo), uma amiga de infância que vivia no mesmo vilarejo que ele. Os dois acabam saindo e passam a noite juntos. No entanto, ela está com uma viagem marcada para a África e pede para Jong-soo cuidar de seu gato enquanto estiver fora. Uma semana depois Hae-mi volta de viagem e pede para ele pegá-la no aeroporto. Quando chega lá, Jong-soo é surpreendido ao vê-la com Ben (Steven Yeun), um jovem rico e misterioso que parece ter um relacionamento com Hae-mi.

Por que ver: Um ano antes da explosão de Parasita e, por consequência, do cinema coreano, Chang-dong Lee fez essa incrível adaptação de um conto do também excelente escritor japonês Haruki Murakami. Um thriller esquisito e irresistível.

Metrópolis (1927)

Sinopse: No ano de 2026, a realidade de Metrópolis, cidade governada por Joh Fredersen (Alfred Abel), é a de poderosos vivendo na superfície e os operários trabalhando quase como escravos no subsolo. Freder (Gustav Fröhlich), filho de Joh, leva uma vida tranquila em uma área restrita chama Jardim dos Prazeres até conhecer Maria (Brigitte Helm), a líder da classe trabalhadora. Paralelamente a isso, o inventor Rotwang (Rudolf Klein-Rogge), que trabalha para Joh, cria um robô que em breve provará que Metrópolis não precisará mais de mão de obra humana para funcionar.

Por que ver: Um clássico dos clássicos da ficção científica que você tem de ver pelo menos uma vez na vida. Mesmo sendo ainda da era do cinema mudo, Metrópolis, do gigante Fritz Lang, tem efeitos especiais feitos com muita inventividade que ainda impressionam.

As Diabólicas (1955)

Sinopse: Cansada de aturar os desmandos de seu marido, o violento Michel Delassalle (Paul Meurisse), Christina (Vera Clouzot) se alia a Nicole (Simone Signoret), amante de Michel, para matá-lo.

Por que ver: Um dos grandes filmes de Henri-Georges Clouzot, o “Hitchcock francês”, esse thriller de gelar a espinha não fica devendo em nada aos melhores títulos do mestre do suspense britânico. 

Quando Chega a Escuridão (1987)

Sinopse: Em uma noite qualquer, o jovem cowboy Caleb Colton (Adrian Pasdar) conhece a bela Mae (Jenny Wright) e acaba sendo mordido por ela e transformado em um vampiro. Sem saber o que fazer, ele acaba se juntando a um grupo de vampiros sanguinários que vagam pelo interior dos Estados Unidos em uma grande van, fazendo vítimas por onde passam. Mas Caleb não está disposto a compactuar com a crueldade do bando.

Por que ver: Segundo longa de Kathryn Bigelow, primeira e (ainda!) única mulher a ganhar um Oscar de Melhor Direção, Quando Chega a Escuridão é um daqueles cults que subvertem um subgênero manjado com ideias bem originais. Pena que anda meio esquecido.

Stalker (1979)

Sinopse: Em país não identificado, a queda de um meteorito criou uma área chamada A Zona, onde as leis da física não se aplicam. Rumores indicam que lá existe um quarto onde todos os desejos são realizados. Um escritor e um cientista querem comprovar essa lenda, mas a Zona é vigiada pelo governo. Para chegar lá, eles contratam um Stalker, como são chamados os guias clandestinos que conseguem infiltrar pessoas não autorizadas no local.

Por que ver: Baseado no clássico ficção científica soviética Piquenique na Estrada, de Arkádi Strugátski, Stalker é um dos mais profundos e visualmente impressionantes filmes de Andrei Tarkovsky. Uma das produções mais influentes e cultuadas por cineastas do mundo todo até hoje.

SERVIÇO

“À La Carte”

Depois de 15 de abril, o acesso será fechado e a assinatura do programa passa a custar R$10,90 por mês, um valor inferior ao das outras plataformas de streaming disponíveis no país. Os assinantes terão acesso aos filmes em dois dispositivos, simultaneamente.

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