Cidades

Plano Diretor do Vale do Aço avança, mas desafios são grandes

As condições das estradas que cortam a região não facilitam o escoamento daquilo que se produz no Vale do Aço


IPATINGA
– Promessa de avanços estruturais para a região, o Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado (PDDI) do Vale do Aço começou a ser elaborado no final do mês de abril após o Governador do Estado, Antonio Anastasia (PSDB), assinar, durante visita a Ipatinga, um termo de contratação do estudo, que deve ficar pronto até o final do ano que vem. Atualmente, encontra-se em fase de estruturação de um plano de trabalho para ser elaborado.

O PDDI irá contemplar as quatro cidades da região Metropolitana do Vale do Aço: Ipatinga, Coronel Fabriciano, Timóteo e Santana do Paraíso e visa a atender uma população de quase 500 mil pessoas com a proposta inicial de elaboração de um grande documento baseado em debates públicos com foco no planejamento integrado.

A proposta, de acordo com as diretrizes do PDDI, deverá envolver representantes de todos os municípios participantes, do estado de Minas Gerais, dos órgãos federais atuantes, da sociedade civil organizada em seus movimentos sociais, de associações empresariais e populares.

Trata-se de um planejamento regional para os próximos 20 anos em quatro eixos temáticos: acessibilidade, seguridade, urbanidade e sustentabilidade. Esses eixos são subdivididos em eixos menores para que possam ser analisados de forma específica. Temas como educação, saúde e meio ambiente passarão pelas discussões do PDDI.

EXECUÇÃO

Após a conclusão da primeira fase, o estudo, o Plano Diretor será encaminhado para a fase de aplicação, a ser executada pelo Governo estadual. Esse processo não possui data para ser iniciado e nem mesmo concluído. Contudo, a expectativa de seus organizadores é de que o PDDI canalize esforços para que os quatro municípios do Vale do Aço andem juntos em questões como lixo, mobilidade urbana, tratamento de resíduos e urbanização. Busca ainda fazer com que a região tenha uma ocupação territorial mais uniforme e que venha a ser fortalecida.

O Centro Universitário do Leste de Minas (Unileste) foi a instituição escolhida para elaborar o projeto e os professores da entidade já vêm trabalhando na estruturação do documento. De acordo com a Secretaria de Estado de Gestão Metropolitana, o Unileste acumula o conhecimento técnico aliado à melhor proposta financeira feita: R$ 2 milhões. Tanto o estudo quanto as possíveis obras indicadas pelo documento serão financiados pelo Governo de Minas.


A mobilidade urbana está diretamente ligada à sustentabilidade: é preciso dar condição ao morador de
usufruir da cidade


PROBLEMAS IMEDIATOS

Membro da equipe que elabora o estudo técnico do PDDI, o arquiteto e urbanista Roberto Caldeira coordena o eixo de Ordenamento Territorial, que trata de questões voltadas para o uso e ocupação do solo. Ele explicou que o plano prevê um prazo de 20 anos para o atendimento das propostas do estudo, mas ressaltou alguns gargalos que precisam de atenção especial.

O arquiteto, que também é professor do curso de arquitetura, citou como exemplo a questão da logística. Para ele, as condições das estradas que cortam a região não facilitam o escoamento daquilo que se produz no Vale do Aço, o que prejudica, consequentemente, o desenvolvimento regional.

Entretanto, Roberto afirma que não é apenas as estradas que carecem de melhorias. As vias públicas das cidades do Vale do Aço também possuem, na opinião do arquiteto, grandes problemas a serem solucionados. Caldeira disse que o alto número de veículos somado a fatores como a condição do tempo chegam a ocasionar engarrafamentos que atrasam a vida das pessoas.

O arquiteto também destaca que a mobilidade urbana está diretamente ligada à sustentabilidade e defende a importância desse tema: “Discutir a questão da sustentabilidade significa dar condição ao morador de usufruir da cidade de forma plena. Isso passa pela mobilidade, pelo transporte rápido da casa para o trabalho, por exemplo”.

Sobre esse assunto, pelo menos duas obras recentes podem ser destacadas: a construção da avenida Manain, em Ipatinga, que, mesmo não tendo sido concluída, vem desafogando o tráfego entre os bairros Iguaçu e Centro; e a obra de ligação entre os bairros Caladinho e Silvio Pereira II, em Fabriciano, que está em andamento e prevê uma redução de sete quilômetros no caminho atualmente percorrido por motoristas.

Esta segunda obra, inclusive, teve seu projeto arquitetônico elaborado pelo próprio Roberto Caldeira e encontra-se em processo de terraplanagem para em seguida começar a ser pavimentada. O objetivo da Prefeitura do município é concluir os trabalhos e entregar a obra no início de 2014.


Abertura de ligação entre bairros Caladinho e Silvio Pereira 2, em Fabriciano: mobilidade

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