Policia

Pitote retorna ao Vale do Aço para audiência da morte de Carvalho

Acusado participará da segunda audiência do caso da morte de Carvalho

FABRICIANO – Alessandro Neves Augusto, o “Pitote”, acusado de ter assassinado o fotógrafo Walgney Assis Carvalho, em abril de 2013, irá participar pela segunda vez de uma audiência de instrução e julgamento na próxima segunda-feira (28), às 13h, no Fórum Orlando Milanez, em Coronel Fabriciano.

A sessão será presidida pelo juiz da Vara Criminal Victor Luis de Almeida e acompanhada pela promotora de Justiça, Carolina Pestana Gomes. O advogado de defesa de Alessandro, Rodrigo Márcio do Carmo Silva, disse que foi preciso marcar uma segunda audiência, pois na primeira realizada em março do mês passado “Pitote” não chegou a ser ouvido.

De acordo com o advogado de defesa, na primeira audiência a promotoria entendeu que os policiais civis de Belo Horizonte que investigaram o crime também deveriam depor antes que o acusado pudesse prestar qualquer tipo de declaração. Esses depoimentos foram colhidos por meio de carta precatória e juntados ao processo.
Até o mês de abril passado “Pitote” estava detido na Penitenciária Jason Soares Albergaria, em São Joaquim de Bicas, região Metropolitana de Belo Horizonte. No dia 26 de junho, foi transferido para o CERESP de Contagem.

LIGAÇÃO ENTRE OS CRIMES
A Polícia Civil chegou ao acusado durante as investigações da morte do jornalista Rodrigo Neto, em que a acusação também recai sobre “Pitote” como executor. No início das investigações sobre a morte do repórter policial, Carvalho chegou a ser investigado como possível mandante ou até mesmo autor do crime. Isto porque, já no dia seguinte da morte de Rodrigo, o fotógrafo teria feito alguns comentários da morte de Rodrigo.

Quando foi ouvido, Carvalho negou qualquer envolvimento, mas confirmou os comentários. Depois disso, ele ainda teria dito que “ninguém saberia quem matou Rodrigo Neto”. Pouco mais de um mês depois da morte de Rodrigo Neto, Carvalho foi morto a tiros em um pesque-pague de Coronel Fabriciano. Quatro pessoas contaram à polícia que viram quando “Pitote” trocou de motocicleta no dia da morte de Carvalho.

À época, o acusado apresentou um álibi falso. Ele disse à polícia que estava em Pingo D’água visitando um amigo. No entanto, a antena de telefonia celular captou ligações e mensagens no aparelho de “Pitote” em Ipatinga. O amigo que ele disse ter visitado naquela cidade foi ouvido pelo DHPP e relatou que desconhecia a visita. Para a polícia ficou provado que a única motivação para a morte de Carvalho seria “calar” o crime praticado contra Rodrigo Neto.

Durante uma audiência de instrução ocorrida no dia 9 de dezembro do ano passado sobre a morte de Rodrigo Neto, o advogado de defesa de “Pitote” disse que Carvalho teria confessado a “Pitote” que tinha planos de matar Rodrigo Neto.
“Carvalho era amigo de “Pitote”. Ele disse não só para o Alessandro, como também para muita gente, que não ia aceitar Rodrigo Neto trabalhar na mesma editoria que ele, no mesmo jornal. Walgney relatou que se preciso fosse mataria Rodrigo, mas que ele não tomaria seu lugar. Ele contou tudo para meu cliente, disse que ia executar Neto”, insiste a defesa.

Questionado sobre o motivo de Alessandro não ter revelado à polícia a intenção de Carvalho, o advogado justificou que “seu cliente temia por sua vida e que também ele e o repórter fotográfico eram amigos”.
“Carvalho confessou para meu cliente a sua intenção de matar Rodrigo. Se coloque no lugar de “Pitote”, uma pessoa te revela que vai matar uma outra, você teria coragem de falar para polícia? Ele temeu pela sua vida e por seus familiares. E outra, eles eram amigos, não tinha cabimento ele falar alguma coisa”, procura argumentar o advogado Rodrigo Márcio.

A defesa de Alessandro permanece alegando que ele é inocente nos dois casos e que o assassino de Carvalho seria um indivíduo conhecido pelo nome de “Serginho”, que também teria levado Carvalho para assassinar Rodrigo. Segundo o advogado, “Pitote” disse que “Serginho” – que também era amigo de Carvalho – teve medo que o fotógrafo falasse alguma coisa sobre a morte do jornalista e “então decidiu matá-lo”.

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