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PF prende 33 pessoas acusadas de crime contra o sistema financeiro

O delegado Julio Cesar Baida Filho, o superintendente da Polícia Federal em São Paulo, Roberto Troncon, e o delegado Valdemar Latance Neto concedem entrevista coletiva sobre a Operação Durkheim       (Crédito: Marcelo Camargo/Abr)

SÃO PAULO – A Polícia Federal (PF) iniciou ontem (26) a Operação Durkheim, na tentativa de acabar com duas organizações criminosas que agiam na venda de informações sigilosas e em crimes contra o sistema financeiro nacional. A PF cumpriu 87 mandados de busca e apreensão e prendeu 33 pessoas, nos estados de São Paulo, Goiás, Pernambuco, do Pará, Rio de Janeiro e Distrito Federal.

O inquérito policial foi instalado em setembro de 2009, quando o órgão passou a investigar o suicídio de um policial federal na cidade de Campinas. Durante os trabalhos, suspeitou-se de que havia um esquema de utilização de informações sigilosas, obtidas em operações policiais, com o objetivo de extorquir políticos, suspeitos de participar em atos de fraudes em licitações.

Em nota, a PF salientou que “no decorrer do inquérito, foram identificadas duas organizações criminosas atuando paralelamente e de modo independente. As duas tinham como elo uma pessoa investigada, que atuava com os dois grupos criminosos”.

Os investigadores da PF descobriram a existência de uma grande rede de espionagem ilegal. Os criminosos que se apresentavam como detetives particulares vendiam informações sigilosas que eram repassadas, ilegalmente, por pessoas com acesso a banco de dados como, por exemplo, funcionários de empresas de telefonia, bancos e servidores públicos. Na lista de vítimas, estão políticos, desembargadores, uma emissora de televisão e um banco.

A outra organização tinha como atividade principal a remessa de dinheiro ao exterior por meio de atividades de câmbio sem autorização do Banco Central.
Cerca de 400 policiais federais atuaram na operação que, além das prisões, também cumpriu 34 mandados de condução coercitiva – quando a pessoa é levada para prestar depoimento e depois é liberada. Os mandados foram expedidos pela 2ª Vara Criminal Federal de São Paulo e 67 acusados serão indiciados.

Os acusados vão responder pelos crimes de divulgação de segredo, corrupção ativa, corrupção passiva, violação de sigilo funcional, por interceptação telefônica clandestina, quebra de sigilo bancário, formação de quadrilha, realização de atividade de câmbio sem autorização do Banco Central do Brasil, evasão de divisa e lavagem de dinheiro. As penas variam de um a 12 anos de prisão.


Vice-presidente da CBF presta depoimento

São Paulo – Um ex-ministro, um senador, dois prefeitos e dois desembargadores, um delegado de Polícia Civil, uma filial de emissora de TV e um banco estão entre as vítimas das organizações criminosas investigadas pela Polícia Federal (PF) na Operação Durkheim. Os nomes das vítimas e dos investigados não foram divulgados pela PF porque o inquérito está sob segredo de Justiça. Todas as vítimas deverão prestar depoimento à polícia nas próximas semanas.

Na operação, dez policiais foram investigados: três deles eram federais, sendo um aposentado. Também foi identificado o envolvimento de cinco policiais civis e dois policiais militares.
Segundo o delegado Julio Cesar Baida Filho, foram pedidos os bloqueios de 20 contas no Brasil em nome de pessoas jurídicas de fachada., além da solicitação da quebra do sigilo dessas contas.

Somente ontem, continuou o delegado, R$ 600 mil e 27 carros de luxo foram apreendidos. “Essas transações causavam estranheza porque não eram pequenas quantias que eram remetidas para o exterior. Eram quantias muito altas, de mais de R$ 1 milhão por semana”, disse Baida Filho.

O vice-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), Marco Polo Del Nero, prestou depoimento na manhã de ontem (26) na sede da Superintendência da Polícia Federal, em São Paulo. Del Nero é um dos investigados na Operação Durkheim, que foi desencadeada ontem (26).

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