Cidades

Pesquisa aponta prós e contras da saúde pública em Ipatinga

Na UPA, 55% dos entrevistados avaliaram como bom o tempo que levou para serem atendidos pelos médicos, 20% como excelente, 15% regular, 5% ruim e 5% péssimo

IPATINGA
– A Comissão de Saúde, Trabalho e Bem-Estar Social da Câmara Municipal de Ipatinga realizou reunião na tarde desta quinta-feira (15), quando foi apresentado o resultado de uma pesquisa, feita entre os meses de agosto e setembro deste ano, em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município, além do Hospital Municipal, Policlínica e UPA.

O diagnóstico foi elaborado por meio de uma parceria entre a Comissão e os alunos do curso de Gerência em Saúde do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico (Pronatec). A Comissão de Saúde é composta pelos vereadores Lene Teixeira (PT), Adelson Fernandes (PSB) e Ademir Cláudio (DEM).

FILAS
Conforme o relatório do diagnóstico produzido, 80% das pessoas pesquisadas responderam que enfrentam filas para receber atendimento nas Unidades Básicas de Saúde. Perguntadas se, quando foi necessário, conseguiram agendar consulta médica, 58% disseram que sim.

Sobre o Programa de Saúde da Família (PSF), 61% dos entrevistados responderam estarem satisfeitos com a qualidade do atendimento prestado, mas 34% disseram que não.

Um aspecto destacado no relatório da pesquisa qualitativa foi a falta de informação da população quanto aos mecanismos e órgãos responsáveis por acolher sugestões e reclamações sobre o atendimento prestado pelo município.

As principais queixas registradas pela pesquisa nas UBS foram: longa fila de espera para exames; demora nas consultas com especialistas; marcação de consultas nas unidades apenas com a presença dos pacientes.

ATENDIMENTO
Segundo a vereadora Lene Teixeira, presidente da Comissão de Saúde da Câmara, a atenção básica à saúde é fundamental. “O relatório está disponível, discriminado para cada unidade. Tem unidades que a nota está lá embaixo. É preciso trocar experiências com as melhores unidades. Há necessidade de intervenções diretas na questão do atendimento.”

Lene também disse que as ações do governo municipal precisam buscar uma forma de acabar com as filas, melhorando a dinâmica do atendimento na ponta.

POLICLÍNICA
A maior insatisfação dos usuários entrevistados na Policlínica Municipal é com o tempo de espera para marcação de consultas (73,2%). Quase a metade (48,9%) das pessoas que responderam aos questionários se encontram insatisfeitas com a falta de gentileza no atendimento dos profissionais da saúde.

A maioria dos usuários considera que há poucas cadeiras disponíveis na sala de espera da Policlínica e as mesmas não apresentam conforto. Mais da metade deles se sentem insatisfeitos ou regularmente satisfeitos com a limpeza da sala de espera.

Lene Teixeira lembrou que a pesquisa na Policlínica coincidiu com o período de reforma da unidade. “Isso tem que ser levado em consideração, pois certamente influenciou nas respostas dos entrevistados”.

HOSPITAL MUNICIPAL
Os médicos, enfermeiros, técnicos e outros profissionais do Hospital Municipal de Ipatinga receberam, no quesito gentileza, Nota 10 de 39,02% das pessoas entrevistadas na pesquisa. E ganharam Nota 9 de 19,51%, Nota 8 de 9,76%, Nota 7 de 9,76%, Nota 5 de 14,63%, Nota 4 de 2,44%, Nota 3 de 2,44% e Nota 0 de 2,44%.

Com relação ao atendimento recebido no Hospital Municipal, 73,17% deram notas de 7 a 10. Sobre a limpeza do equipamento de saúde, 90,24% dos usuários entrevistados disseram estar satisfeitos.
Um percentual considerável de usuários, 43,91%, considera insuficiente o número de cadeiras da sala de espera. Entretanto, a maior insatisfação dos entrevistados é com a espera para o atendimento no hospital, 51,22%.

UPA

Pouco mais da metade, 55%, avaliaram como bom o tempo que levou para serem atendidos pelos médicos na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), 20% como excelente, 15% regular, 5% ruim e 5% péssimo.
Sobre a boa vontade e disposição do pessoal da administração, enfermeiros e médicos para ajudar os usuários da UPA a resolverem seus problemas, a maioria, cerca de 70%, avaliou como bom.

Com relação ao interesse do médico em ouvir as queixas do paciente, 70% responderam bom e 30% excelente. As explicações do médico durante o atendimento foram avaliadas como boas para 70% dos entrevistados, excelentes para 20%, regulares para 5% e ruins para 5%.

Nas conclusões da pesquisa qualitativa sobre a UPA, destacou-se: alto índice de satisfação com a limpeza e localização do equipamento de saúde; um maior grau de insatisfação com a espera para atendimento do médico; os usuários entrevistados estão satisfeitos com atendimento do enfermeiro e do médico e em menor grau com os funcionários da administração; há uma dificuldade de entendimento na explicação dos procedimentos realizados pelos médicos e enfermeiros por parte dos usuários entrevistados; metade dos usuários entrevistados está insegura em relação aos atendimentos oferecidos por esta unidade.

“A gente percebe com esse diagnóstico que problemas existem, mas os níveis de satisfação dos usuários que são atendidos lá na ponta são altos e isso nos surpreendeu. Enfim, nós enquanto Comissão ficamos surpresos positivamente com essa pesquisa, identificando os problemas localizados a gente pode conversar com a gestão da saúde para melhorar. Temos que melhorar o nível de comunicação dentro de cada unidade de saúde”, concluiu Lene Teixeira.

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