Policia

Pedido de liberdade para Elton Detetive é negado

Detetive foi preso em maio por duplo homicídio cometido em 2010

BELO HORIZONTE – O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) indeferiu, na última segunda-feira (9), um pedido liminar de habeas corpus para o policial civil Elton Pereira da Costa, preso em maio passado após ser apontado como um dos autores de um duplo homicídio ocorrido em 2010, em Santana do Paraíso.

O pedido foi feito em regime de urgência pelos advogados de Elton, na sede do TJMG em Belo Horizonte. O desembargador Rubens Gabriel Soares, da 6ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, foi quem analisou e indeferiu a solicitação. Entretanto, a matéria irá voltar à pauta de julgamentos, já que a negativa foi apenas para a liminar, sendo que o processo com o pedido de soltura continua tramitando.

Por esse motivo, o desembargador Rubens Gabriel pediu ao juiz da 1ª Vara Criminal de Ipatinga, Thiago Grazziane Gandra, informações sobre o processo em que Elton aparece como réu. O magistrado tem um prazo máximo de dez dias para responder ao questionamento do representante do TJ.

ACUSAÇÃO
Elton, que também é vereador de Santana do Paraíso pelo Partido dos Trabalhadores, foi preso em maio pelo Departamento de Investigação Homicídios de Belo Horizonte, suspeito de ser um dos autores do duplo homicídio que teve como vítimas Marcos Vinícius Lopes Pereira e Glauco Antônio Lourenço Faria.

O crime ocorreu em meados de 2010, em uma estrada vicinal que dá acesso ao distrito de Ipabinha. De acordo com as investigações da Polícia Civil da capital, Marcos Vinícius e Glauco desapareceram em junho de 2010, após serem levados por policiais militares para a delegacia regional de Ipatinga para prestarem esclarecimentos sobre supostos flagrantes de furto e roubo, respectivamente.

Na ocasião, também foi apreendido um menor de idade, entregue momentos depois ao seu representante legal. Os maiores permaneceram na delegacia e nunca mais foram vistos com vida. Seus corpos foram encontrados em 3 de junho de 2010, na zona rural de Santana do Paraíso, nus e alvejados por disparos de arma de fogo na região da cabeça.

RECONHECIMENTO
Durante as investigações, testemunhas informaram que Glauco e Marcos Vinícius teriam sido agredidos e ameaçados de morte por policiais civis. Além de Elton, pessoas que presenciaram os fatos reconheceram os também policiais civis Fabrício Quenupe e Ronaldo Andrade como sendo os autores da execução das vítimas.

Ainda conforme o Departamento de Homicídios, a motivação do crime seria uma espécie de limpeza social pelo fato de as duas vítimas serem figuras conhecidas pela polícia e recorrentes nas delegacias de Ipatinga.
Por este crime, foi solicitada à Justiça a prisão temporária dos três policiais civis, decretada em junho. Posteriormente, os policiais foram indiciados pela prática de duplo homicídio e de dupla ocultação de cadáveres.

PRISÃO
Elton está preso há 121 dias na Casa do Policial Civil, em Belo Horizonte, bem como os outros detetives indiciados pela Polícia. Sua cadeira na Câmara de Vereadores de Santana do Paraíso vem sendo ocupada pelo suplente Manoel do Nascimento Assis (PMN) desde maio, mas os parlamentares ainda não falam em cassação de mandato. Em junho, colegas parlamentares tentaram aprovar uma lei que concedia um benefício de cerca de R$ 3.500 ao detetive, mas a matéria repercutiu negativamente na região e foi revogada.

SEM DATA
No início de agosto, a defesa de Fabrício Quenupe também solicitou junto ao TJMG que o suspeito pudesse aguardar em liberdade o andamento do processo judicial. O pedido ainda aguarda o julgamento por parte dos desembargadores Rubens Gabriel, Furtado de Mendonça e Jaubert Carneiro Jaques, da 6ª Câmara Criminal. O julgamento do mérito ainda não tem data para acontecer.

Você também pode gostar

PHP Code Snippets Powered By : XYZScripts.com