sábado, abril 12, 2025
Google search engine
InícioEconomiaPáscoa impulsiona o comércio no Vale do Aço

Páscoa impulsiona o comércio no Vale do Aço

Mesmo com a alta do cacau e desafios econômicos, a expectativa é de crescimento nas vendas no atacado e varejo. Fé, tradição e planejamento estratégico fortalecem o setor.

IPATINGA – A Páscoa voltou a aquecer o comércio no Vale do Aço. Apesar do aumento expressivo no preço do cacau e de um cenário econômico desafiador, empresários da região projetam crescimento nas vendas em 2025. A combinação entre tradição religiosa, comportamento do consumidor e estratégias de mercado mantém viva a força da data, considerada uma das mais relevantes do primeiro semestre para o varejo e o atacado.

APELO

Para o presidente do Sindcomércio Vale do Aço, José Maria Facundes, a Páscoa tem um forte apelo emocional e religioso, que impacta diretamente o comércio local. “A expectativa dos empresários é de movimento intenso a partir da quarta-feira que antecede o domingo de Páscoa. Como os feriados de 18 e 21 de abril estão próximos, é provável que haja antecipação nas compras. É uma data que une fé, afeto e tradição — e isso se reflete no comportamento de consumo”, avalia Facundes, que também é vice-presidente da Fecomércio MG.

PESQUISA

Segundo levantamento da Fecomércio MG, 41,7% dos varejistas do setor alimentício em Minas Gerais projetam um bom desempenho nas vendas nesta Páscoa. Além disso, 39,9% dos empresários têm expectativas de faturamento superior ao registrado em 2024, sinalizando otimismo e oportunidades para o setor. O Sindcomércio reforça que, mesmo diante da inflação e do aumento dos custos, o setor está preparado para atender à demanda dos consumidores. “O trabalho começa muito antes da Páscoa, com definição de estoques, negociações e estratégias de marketing. A data representa não só uma oportunidade comercial, mas também um momento de renovação econômica para o setor”, afirma José Maria Facundes.

Supermercados: procura intensa por itens sazonais

A Páscoa carrega consigo os 40 dias da Quaresma, período que antecede a celebração e impacta diretamente o consumo de gêneros alimentícios. O gerente da unidade de Coronel Fabriciano de uma grande rede de supermercados, Geraldo Magela, confirma a tendência de alta nas vendas desde o fim do Carnaval. “Logo no início de abril já sentimos o aumento na procura por peixes, chocolates e, especialmente, ovos de Páscoa. A maior intensidade vem mesmo na semana que antecede o feriado”, afirma.

Além dos chocolates, a Semana Santa mantém a tradição do consumo de peixes e enlatados. “Com o preço elevado do bacalhau, os consumidores têm buscado alternativas como filé de merluza, tilápia e piramutaba. Sardinha e atum enlatados também são muito vendidos, assim como palmito e milho verde, que acompanham as refeições típicas dessa época”, detalha Magela.

O sábado de Aleluia, segundo ele, registra o pico de vendas de carnes e bebidas alcoólicas e não alcoólicas. “É o momento em que muitas pessoas encerram os períodos de jejum e se reúnem para celebrar. Para o comércio, é um dos dias mais movimentados do ano”. Para o gerente, a Páscoa é a principal data do comércio no primeiro semestre — e pode até superar o Dia das Mães em volume de vendas. “No ano inteiro, talvez fique atrás apenas da Black Friday e do Natal. Mas, neste primeiro semestre, é, sem dúvida, o nosso melhor momento”, conclui.                            

Franquias se preparam com até 10 meses de antecedência

Apesar do otimismo, o cenário econômico exige cautela. O aumento no preço do cacau — principal matéria-prima do chocolate — impactou diretamente os custos de produção, elevando os preços dos ovos de Páscoa e demais produtos. Soma-se a isso a questão fiscal e as novas políticas tributárias, que também pressionam os preços no varejo e no atacado. Na avaliação do empresário Lúsio Marçal, franqueado de uma marca nacional de chocolates com unidades no Vale do Aço, o sucesso da Páscoa começa no planejamento: “Os pedidos são feitos em julho, para entrega em março do ano seguinte. Antecipar é essencial diante das oscilações do mercado internacional do cacau”, explica.

A marca também aposta no fortalecimento da venda direta, com foco em cidades menores da região. “Trabalhamos para que até 50% das vendas aconteçam por meio de revendedores autônomos. Isso amplia o alcance e antecipa as compras”, destaca. Segundo Lúsio, o comportamento do consumidor é influenciado pelo calendário e pelo pagamento dos salários: “A Páscoa caiu próxima ao dia 20, com muita gente já com o salário na conta. Isso estimulou a compra antecipada. A expectativa é de um crescimento de até 20% nas vendas, considerando o volume e os reajustes nos preços”.

Funcionamento do comércio na região

● Comércio alimentício

18 de abril (sexta-feira – Paixão de Cristo): fechado em Coronel Fabriciano, Ipatinga e Timóteo.

21 de abril (segunda-feira – Tiradentes): Coronel Fabriciano e Timóteo 7h às 14h | Ipatinga: 8h às 18h

29 de abril (terça-feira – Aniversário de Ipatinga e Timóteo): Ipatinga: 8h às 18h | Timóteo: 7h às 14h

● Demais setores do comércio

As lojas de rua e centros comerciais não terão expediente nos feriados, conforme a Lei 11.603/2007. Shoppings poderão funcionar de forma facultativa, desde que sem utilização da mão de obra de seus funcionários, conforme legislação vigente. Serviços essenciais, como farmácias, padarias e postos de combustíveis, têm autorização para operar normalmente.

RELATED ARTICLES

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

- Advertisment -spot_img

Most Popular

Recent Comments