IPATINGA – O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (SindUTE), subsede de Ipatinga, rechaçou nesta quarta-feira a informação divulgada ontem pela Prefeitura de Ipatinga de que o retorno às aulas no próximo dia 10 segue recomendação do Ministério Público “e é em comum acordo com o sindicato de classe”.
Embora não deixe claro a qual sindicato de classe se refere, se o de escolas públicas ou privadas, o SindUTE emitiu nota pública para dirimir qualquer dúvida quanto à sua opinião sobre o assunto.
IMUNIZAÇÃO
“A posição do SindUTE é pública e notória em relação ao retorno às aulas. Nós defendemos o retorno às aulas presenciais somente com após o efetivo controle da pandemia, o que passa necessariamente pela imunização de, pelo menos 70% da população. Neste momento, a reabertura das escolas e o aumento da circulação de pessoas que ela provoca – cerca de 25% a mais da população sendo exposta a situações de aglomeração – é uma medida, no mínimo irresponsável. Além disso, exigimos que as escolas tenham condições efetivas de segurança e garantias de que não serão focos de transmissão e contágios, por falta de estrutura condizente com as necessidades apontadas pelos protocolos de biossegurança nas escolas. É necessário ainda que sejam feitos mais investimentos na educação, seja presencial ou remota, para assegurar sua qualidade e, inclusive, suprir eventuais defasagens provocadas pela pandemia. Desta forma, é fundamental, por exemplo, é necessário que a SME promova ações e investimentos para garantir que as atividades remotas sejam acessíveis a todos estudantes com, por exemplo, a disponibilização de equipamentos tecnológicos e internet patrocinada para estudantes da Rede Municipal”, sustenta o SindUTE em nota à imprensa.
RISCO ALTÍSSIMO
Ainda conforme o SindUTE, se a informação da Prefeitura o coloca como cúmplice no retorno às aulas sem a adoção das devidas medidas de segurança e sem os investimentos necessários, “comete não apenas um erro, mas uma mentira”. “Em nenhum momento compactuamos ou pactuamos qualquer acordo neste sentido e reiteramos que sem o controle da pandemia atestado pela redução contínua de novos casos de COVID-19, aliada à imunização de pelo menos, 70% da população, a reabertura das escolas é uma medida insana que não encontra amparo em estudos e recomendações das instituições científicas, a exemplo da Fiocruz que caracteriza a situação atual do município como de “risco altíssimo” para retomadas de atividades presenciais nas escolas”.