Francisco afirmou que ‘novas maneiras devem ser encontradas para incentivar mais padres a trabalharem na região’
VATICANO – O papa Francisco decidiu rejeitar, nesta quarta-feira (12), a ordenação de homens casados como padres na região amazônica. A proposta havia sido aprovada por 128 votos a 41 no Sínodo da Igreja sobre a Amazônia, que aconteceu em outubro de 2019.
O líder da Igreja Católica evitou falar abertamente sobre o assunto. Em um documento de 38 páginas sobre o sínodo, o papa diz que “novas maneiras devem ser encontradas para incentivar mais padres a trabalharem na região remota e permitir papéis maiores para leigos e diáconos permanentes, assim como para mulheres”.
“Esta premente necessidade leva-me a exortar todos os bispos, especialmente os da América Latina, a promover a oração pelas vocações sacerdotais e também a ser mais generosos, levando aqueles que demonstram vocação missionária a optarem pela Amazônia”, diz o pontífice.
Francisco destacou a “força e dádiva” das mulheres, mas descartou a ordenação feminina. “Por séculos, mulheres mantiveram a Igreja nesses lugares por meio de sua devoção notável e fé profunda. Isso nos convoca a ampliar nossa visão, para não restringirmos nosso entendimento da Igreja a suas estruturas funcionais. Tal reducionismo nos levaria a acreditar que as mulheres receberiam maior status e participação na Igreja somente se fossem admitidas nas Ordens Sagradas”, disse.
FIM DO CELIBATO
O fim do celibato na Amazônia foi uma das propostas mais inovadoras apresentadas pelos religiosos da região, com 34 milhões de habitantes e 400 tribos indígenas, devido à escassez de padres e o avanço incessante dos evangélicos.