Países consideram a agressão como uma “escalada perigosa e imprudente”
O ataque de Israel às instalações nucleares e militares iranianas na noite de quinta-feira atraiu ira e condenação de países do Oriente Médio na sexta-feira.
Autoridades dos EUA e do Irã devem realizar uma rodada de negociações sobre o crescente programa de enriquecimento de urânio de Teerã em Omã no domingo, de acordo com autoridades de ambos os países e seus mediadores omanenses.
Omã condenou veementemente a operação israelense na sexta-feira, alertando que ela prejudicaria os esforços diplomáticos. Em um comunicado ao X, a Agência de Notícias de Omã afirmou que o governo considera o ataque “uma escalada perigosa e imprudente”, considerando-o uma violação flagrante da Carta da ONU e do direito internacional.
Acrescentou que Omã considera Israel totalmente responsável pela escalada e suas consequências, e apela à comunidade internacional para que tome uma posição clara e firme para impedir essa “abordagem perigosa”.
O Catar e os Emirados Árabes Unidos também condenaram veementemente os ataques, alertando que a escalada representa uma ameaça à segurança e estabilidade regionais. Em um comunicado oficial à agência estatal catariana, o Catar denunciou o ataque israelense como uma “violação flagrante” da soberania do Irã e uma clara violação do direito internacional.
Doha descreveu a ofensiva de Israel como um exemplo de um padrão recorrente de políticas agressivas que minam os esforços para diminuir as tensões e chegar a soluções diplomáticas.
O Catar apelou à comunidade internacional para que assuma sua responsabilidade legal e moral para pôr fim urgente a essas violações.
Da mesma forma, o Ministério das Relações Exteriores dos Emirados Árabes Unidos condenou a ação militar israelense, enfatizando a importância de exercer “máxima contenção e prudência” para evitar o aprofundamento do conflito. Reafirmou sua convicção de que promover o diálogo, respeitar o direito internacional e defender a soberania dos Estados são os melhores alicerces para a resolução das crises atuais.
A milícia Houthi do Iêmen, apoiada pelo Irã, condenou veementemente os ataques aéreos israelenses que atingiram Teerã e outras cidades iranianas na manhã de sexta-feira, chamando o ataque de “ilegal e injustificado”.
Eles descreveram os ataques como parte de um “novo episódio na cadeia de arrogância sionista”, supostamente apoiado pelo envolvimento direto dos EUA.

A milícia acusou Washington e seus aliados de escalar sistematicamente as tensões contra a República Islâmica por meio de pressão diplomática e ação militar.
“Esta agressão brutal ocorre após uma campanha de sanções injustas e políticas hostis, sob o disfarce de instituições internacionais como a AIEA”, diz o comunicado.
Os houthis enquadraram o ataque como uma tentativa de punir o Irã por seu apoio inabalável ao povo palestino e aos movimentos de resistência na região. Expressaram confiança de que Teerã não vacilaria em seu apoio à causa palestina, apesar da pressão ou do sacrifício.
“Estamos certos de que o Irã continuará sendo um pilar de apoio aos oprimidos e continuará a enfrentar o que é considerado o crime do século”, diz o comunicado.
O Ministério das Relações Exteriores da Turquia repreendeu os ataques de Israel “nos termos mais fortes”, dizendo que o ataque mostrou que Israel “não quer que os problemas sejam resolvidos por meios diplomáticos” e pediu que o país interrompesse “ações agressivas que poderiam levar a conflitos maiores”.
A Arábia Saudita condenou os “ataques hediondos” de Israel, dizendo que o Conselho de Segurança da ONU tem “uma grande responsabilidade de interromper imediatamente esta agressão”.