TIMÓTEO – O município passa a contar com o Centro de Acompanhamento aos Pacientes Oncológicos “Waldenia Fernandes Ferreira”, inaugurado na quinta-feira (05). A solenidade contou com a presença de pessoas que estão enfrentando o câncer ou que possuem familiares vítimas da doença. Dentre eles, Sandra Martins, que enfrenta o seu quarto diagnóstico.
“Minha história com a doença não é curta. Foram quatro tumores diagnosticados e todos eles enfrentados de cabeça erguida, com fé e a certeza de que eu sairia viva para poder agradecer e também ajudar outras pessoas”, reforçou.
Quem também dividiu a sua história de luta contra a doença foi o adolescente Kesley Diniz, que esteve três vezes em uma UTI, sendo que uma das vezes com o quadro de falência múltipla dos órgãos, e superado o câncer, hoje, se disponibiliza a ajudar pessoas que passaram pela mesma dor.
PATRONA
Paula Silveira, esposa do secretário de Saúde, Alexandre Silveira, recebeu uma homenagem, se tornando patrona da Associação. Paula se sensibilizou com a causa por ter vivenciado o drama de ter alguém próximo com a doença. “Há muito tempo eu queria me envolver em um trabalho social, mas ainda não tinha nenhum que havia me tocado tão profundamente como o Projeto Viva me tocou.
O motivo é pessoal. Vivi na pele o sofrimento de ter alguém próximo com câncer. Quando o Alexandre foi diagnosticado, eu era muito nova e com duas crianças pequenas para cuidar. Não tinha noção do que estava enfrentando, do que iria acontecer. Felizmente superamos a doença e hoje eu posso abraçar essa causa e ajudar outras pessoas a superarem também”, ressaltou.
DOAÇÕES
Durante seu discurso, o presidente de honra do Projeto Viva!, Sérgio Mendes, fez questão de reforçar a necessidade de todos contribuírem para que a causa seja levada adiante e possa se tornar referência no apoio aos pacientes oncológicos. “O Centro de Acompanhamento aos Pacientes Oncológicos ‘Waldenia Fernandes Ferreira’ recebeu o nome de uma profissional com quem tive o prazer trabalhar junto e aprender o quanto a vida deve ser valorizada. Nunca a vi reclamar de nada. Então, quem tiver qualquer coisa em casa, um lenço bonito para cobrir as cabeças dos pacientes, o que for, traga para cá”, conclamou.
ENVOLVIMENTO
Para a presidente do projeto, Viviane Rievert, é fundamental que as pessoas conheçam de perto o trabalho e se envolvam.
“Tenho muito a agradecer a todos que tornaram o Centro de Acompanhamento aos Pacientes Oncológicos realidade. Cada um, da maneira como pôde, ajudou a transformar um sonho em realidade. Agora, nós vamos arregaçar as mangas na busca de mais profissionais da área da saúde que queiram disponibilizar um tempo para fazer o acompanhamento aqui na Casa, além, é claro, de firmar mais parcerias para ampliar o acolhimento dos pacientes e, consequentemente, atender às suas demandas. Todos estão convidados a conhecer o espaço e ajudar nessa causa”, ressaltou.
A Casa, localizada na Rua José de Alencar de Almeida, nº 09, bairro Funcionários, será o ponto de apoio para que pacientes oncológicos e seus familiares possam receber todo o tipo de ajuda e atendimento necessários durante o complexo período de enfrentamento da doença.
SERVIÇO
Quem deseja participar ou fazer alguma doação ao Projeto Viva! pode entrar em contato através do telefone (31) 8554-7553 ou pelo endereço eletrônico projetovivatimoteo@gmail.com e também através de depósito bancário (valor mínimo R$ 10,00): Banco Bradesco – Agência 2091 – Conta: 852-4.
Lei dos 60 dias passa a valer a partir do exame de diagnóstico de câncer
Brasília – O Ministério da Saúde publicou esta semana portaria que resolve impasse trazido pela Lei dos 60 Dias (12.732/12), que dá ao paciente de câncer o direito de ser tratado em até 60 dias após o diagnóstico da doença. Com a nova publicação, o que vale é a data do diagnóstico da doença no exame (laudo patológico).
Pela regulamentação anterior, o prazo começava a valer apenas a partir da inclusão do diagnóstico no prontuário eletrônico, o que só acontece na primeira consulta depois que o resultado dos exames ficam prontos.
Para a mastologista e presidente voluntária da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama, Maira Caleffi, a lei perdia o efeito com a antiga regulamentação, já que o prazo de 60 dias só começava a contar depois que o paciente conseguisse a consulta com o médico especialista, o que poderia levar meses para acontecer.
“A lei já trazia essa nova determinação, mas veio a regulamentação e trouxe uma variável, com isso ficava mais difícil ter a contagem dos 60 dias”, explicou.
Segundo Maira, além disso, a regulamentação condicionava a contagem do prazo à inclusão do diagnóstico no Sistema de Informações do Câncer (Siscan), que ainda não funciona em todo o país. Lançado pelo Ministério da Saúde em outubro do ano passado para receber prontuários computadorizados enviados pelas secretarias de saúde, até o dia 22 de maio o sistema só tinha chegado a 1.546 municípios, cerca de 30% do total existente no Brasil.
De acordo com o Ministério da Saúde, nos 1.546 municípios que utilizam o sistema, 1.093 casos de câncer foram registrados nos últimos meses. Desses, 57% tiveram início do tratamento antes de 60 dias.
A regulamentação foi alterada através da Portaria 1.220/14, publicada no último dia 4 no Diário Oficial da União.
