Extrema direita busca apoio nos EUA para seguir na tentativa de transformar o Brasil numa republiqueta de bananas
(*) Fernando Benedito Jr.
Deliberadamente, nos últimos dias a extrema direita desencadeou uma série de ataques ao Judiciário brasileiro, em geral, e ao ministro Alexandre de Moraes, em particular. A ofensiva conta com apoio de importantes veículos da imprensa tradicional que, possivelmente, nem tivessem a liberdade de expressão que têm se Bolsonaro e seu entorno tivessem conseguido levar a termo o golpe de Estado que arquitetaram.
O Judiciário brasileiro, com todos os seus defeitos e privilégios (que estão longe de atingir o patamar do Legislativo e do Executivo, em todos os níveis da Federação) foi a primeira e mais forte linha de defesa do Estado democrático de direito no seu momento mais crítico.
Às vésperas da denúncia da PGR contra Jair Bolsonaro, a plataforma Rumble e a Trump Media entraram com ação na justiça americana contra o ministro Alexandre de Moraes. Foi um ato claramente político que o advogado da Rumble, Martin de Luca, admite ao assumir que esteve com o ex-presidente golpista durante visita ao Brasil. A Rumble quer espalhar mentiras e destruir reputações no Brasil sem se submeter às leis nacionais, sem respeitar o mínimo de parâmetros éticos – e para isso alega a liberdade expressão prevista na Primeira Emenda… Da Constituição norte-americana.
Em terras brasileiras, alguns veículos da grande mídia solapam o Judiciário com denúncias, buscando destruir sua credibilidade e torná-lo vulnerável diante do avanço da extrema direita e sua sanha contra as instituições do “sistema”.
Os EUA, se intrometem em assuntos internos do Brasil assim como querem tomar para si o Canadá, a Groelândia, o Golfo do México, a Faixa de Gaza e o minério da Ucrânia. Para isso contam com o apoio de traidores e agentes entreguistas locais – este tipo sempre existiu.
O deputado Eduardo Bolsonaro, ex-chapeiro no Maine, profissão que quase lhe garantiu qualificação para ser ministro das Relações Exteriores do pai, tornou-se um vendilhão com forte complexo de vira-lata, que não sai de Washington e dos círculos direitistas da Flórida. Faz lobby “carnavalesco” contra Alexandre de Moraes, implorando aos seus pares de extrema direita no Congresso dos EUA, a Donald Trump, Elon Musk e Steve Banon, que Moraes seja proibido de pisar em solo ianque. E aproveita para fazer pressão contra o Brasil, pedindo sanções e defendendo sobretaxas aos produtos brasileiros. É um canalha, mentiroso e bandido, que se diz patriota.
Estes são os líderes que querem conduzir o destino do País. Da mesma linhagem daquele que fez vista grossa para mais de 700 mil mortes durante a pandemia, que queria usar o “punhal verde amarelo” para matar o atual presidente, o vice, o ministro do STF, que destruiu Brasília e que queria tornar-se ditador. E que tem muitos adeptos.
Que mundo é esse!
(*) Fernando Benedito Jr. é editor do DP.
