(*) Fernando Benedito Jr.
Alguém acha mesmo em sã consciência que a extrema direita quer pacificar o País com seu projeto de anistia? Esta é a retórica construída pelos fascistas, representados principalmente pelo Partido Liberal e sua ala mais radical, a falange bolsonarista, para justificar o projeto da anistia.
Estes que hoje lançam mão do falso discurso da pacificação foram aqueles que iniciaram a guerra, que propagaram o discurso de ódio, que disseminaram as fake news fomentando assassinatos de reputações, assassinatos físicos, o porte e o uso indiscriminado de armas. São os mesmos que iam “metralhar a petralhada”. Que não dão a mínima importância para a humanidade, nem mesmo para seus aliados.
Aqueles que agora pedem paz, foram os que ironizaram impiedosamente o “Lulinha paz e amor”. Os que difamaram Marielle Franco e tentaram minimizar seu assassinato e do motorista Anderson Gomes; que quebraram a placa de rua com seu nome. Foram aqueles mesmos que invadiram a festa de aniversário de Marcelo Arruda e o mataram a tiros. E tentaram se justificar.
Estes bacanas da Câmara dos Deputados, de cabelinho aparado na régua, cheirosos e brilhantes, que se arvoram “pacifistas” são aqueles mesmos senhores que compõem a “bancada da bala”, cedem ao lobby da indústria de armamentos e defendem que o agronegócio se arme contra o homem do campo, os indígenas e o MST. São os homofóbicos que desprezam a vida de gays e racistas que matam pretos. São aqueles que recebem a Polícia Federal a tiros e granadas quando encurralados pela lei. São aqueles corajosos que depois passam mal.
Esta “narrativa” da pacificação foi a figura de retórica mais cretina criada nos últimos dias pela extrema direita. Emboscados por si mesmos com a PEC da Bandidagem, tentam se auto anistiar para o crime atual ou futuro.
Não, definitivamente, estes pacificadores não são Gandhi (de quem nunca ouviram falar), também não sabem nada de resistência pacífica. São golpistas radicais que merecem unicamente o desprezo do eleitor.
(*) Fernando Benedito Jr. é editor do “Diário Popular”.