(*) Fernando Benedito Jr.
É interessante a reação dos bolsonaristas quando são publicados os resultados das pesquisas mostrando o fim melancólico do governo que apoiam. Os ataques são simultâneos e imediatos. O mesmo acontece quando alguma crítica direta e contundente é feita ao ídolo, por exemplo, a de que ele não é muito chegado ao trabalho. Zumbem feito um vespeiro.
Os mesmos defensores intransigentes do “mito”, contudo, são incapazes de se rebelar contra a inflação, os altos preços dos combustíveis, a falta de uma política de infraestrutura, de combate à fome e à miséria, de propostas de desenvolvimento da pesquisa e da ciência, de preservação e defesa do meio ambiente e da cultura, que seu governo destrói.
Agem como autômatos que se guiam por diretrizes dos grupos de Whatsapp, como verdadeiros robôs, sem qualquer capacidade crítica. Repetem o mesmo mantra: são contra o comunismo, o abortismo, o lulismo, o petismo, a roubalheira, a urna eletrônica, o STF, etc. E seguem na idolatria, sem se dar conta do resto que os cerca. Os mantras, normalmente são: “jogamos dentro das quatro linhas da Constituição”, “o voto tem que ser auditável”, “os índios têm terras demais” e por aí vão, até que não tenha mais volta.
É notável como são capazes de ver a corrupção dos outros, mas não a do governo que defendem. Continuam a repetir que o filho do Lula ficou milionário como zelador de zoológico, mas não vêem que um filho do presidente é vereador, o outro deputado, o outro senador, o outro abridor de portas de ministérios e que ele próprio foi deputado por quase 30 ano sem fazer nada de útil ao País. O único trabalho que teve antes foi como militar e deu no que deu: foi expulso por mal comportamento. Mas diz que é patriota e os devotos acreditam.
E o mais interessante: burros são os outros…
(*) Fernando Benedito Jr. é editor do DP.