(*) Fernando Benedito Jr.
Os bolsonaristas estão tomando a vitória de Javier Milei como se fosse a sua própria. O chefe máximo da extrema-direita brasileira até tentou sair na foto oficial da posse junto com chefes-de-estado, mas não deu muito certo. Os presidentes de alguns países latino-americanos protestaram junto ao cerimonial e ele foi retirado, embora seu filho, Eduardo, tenha postado nas redes que trata-se de uma mentira –, o que é uma mentira. Bolsonaro não saiu na foto. Ponto.
Mas não é isso que importa. O que mexe com a gente é o comportamento mesmo desta extrema-direita nacional. Essa coisa horrorosa de precisar de um mito, de um ídolo, de não conseguir perceber o tamanho do ridículo, de rechaçar a Argentina da esquerda ou do centro como se fosse o inferno e de adorar a Argentina da extrema-direita, ou melhor, a Argentina dividida, tanto quanto o Brasil. Agora, os argentinos são “hermanos”. Até um mês atrás eram párias, atrasados, comunistas analfabetos. Era um País para se boicotar ou para ser explorado por sua crise econômica, onde se podia aproveitar a desvalorização cambial frente ao Real para se empaturrar de churrasco e entrar em coma alcoólico de vinho. Na verdade, sempre preferiram Miami ou New York, esses direitistas bregas, violentos e deselegantes que agora bajulam Milei.
Com a vitória do anarco-capitalista, os radicais de direita já querem se mudar para Buenos Aires. De tanto mandarem os esquerdistas irem para Cuba e Venezuela, agora são eles que querem migrar para os paraísos direitistas. É uma gente muito sem noção, preconceituosa e vil, que vive da adoração de deuses de pés de barro, do culto a leões de ouro.
Ainda bem que esta imbecilidade tem vida curta e vem com data de validade vencida.
E nem vale a pena ver de novo, porque é filme repetido e recente.
(*) Fernando Benedito Jr.