Cultura

Orquestra de Viola vai abrir o show ‘Amizade Sincera’

IPATINGA – Fundada há apenas quatro anos, a Orquestra de Viola Caipira do Vale do Aço prepara um passo importante em sua trajetória. Nesta sexta-feira (22), os integrantes da orquestra subirão ao palco para abrir o show “Amizade Sincera” dos cantores e compositores Sérgio Reis e Renato Teixeira. As apresentações, que também terão a participação da dupla ipatinguense Relber e Allan, acontecem no estacionamento do Shopping do Vale do Aço a partir das 20h.

Convidados pelos produtores, a Orquestra de Viola Caipira preparou um repertório especial para essa apresentação, e o maestro do grupo espera que o show seja um divisor de águas na existência da orquestra. “É uma grande honra tocar no mesmo palco que o Sérgio Reis e o Renato Teixeira”, destaca o regente José Mariano de Melo. Para ele, os artistas são grandes referência musicais dos integrantes da orquestra e verdadeiros guardiães da tradição caipira no Brasil. O show da orquestra nesta sexta será uma homenagem aos mais de 50 anos de carreira de Sérgio Reis.

RECONHECIMENTO
Para o maestro Mariano, o convite para abrir o show “Amizade Sincera” é o coroamento de um trabalho que vem sendo feito há quatro anos com muita dedicação. “Nascemos com o intuito de resgatar a cultura caipira e a música de raiz da nossa região. Hoje, estamos consolidados como expressão da cultura da viola e do interior de Minas Gerais” avaliou Mariano.
Os próximos passos, revela o produtor William Garcia, será elevar o nome da orquestra por todo o Estado, onde acredita faltam mais nomes de expressão e de referência no instrumento. “Somos a única orquestra de viola de todo o Leste de Minas. Em mais de 100 municípios, somos a expressão mais forte”, pontuou.

William acredita que o show deste final de semana vai dar mais gabarito à orquestra para passos mais largos. Ele afirma que o trabalho do grupo e os shows que vêm fazendo também irão conquistar mais adeptos pelo interior do Estado. “Vejo no público um reconhecimento. E acredito que podemos influenciar novos músicos a aderirem e valorizarem mais a viola caipira”, revela.

JUVENTUDE
Prova da crescente da valorização da viola caipira é a influência que a orquestra tem sobre jovens músicos da região, que aderiram ao instrumento e hoje são integrantes do grupo. Como Alamara Santos de Almeida. Musicista desde criança, ela toca violão e já passou pelo piano, mas há dois anos é adepta da viola e uma das várias jovens integrantes da orquestra.
A moça conta que as tradições da família é que a levaram para a música e a sonoridade do instrumento foi o que a conquistou. “É uma coisa mágica a música do campo, das nossas origens”, suspira a jovem, para quem “a felicidade é estar com a viola nos braços, tocando”.

TRADIÇÃO
O resgate do culto à viola e à música caipira de raiz não poderia existir, porém, sem as antigas referências. Como o violeiro Sinval Francisco de Oliveira, músico há 55 anos e ainda aprendiz. “Tudo que fazíamos era de ouvir e tocar. Hoje seguimos a partitura e o maestro”, conta.

Sinval diz que tocar na orquestra é uma valorização das pessoas que não deixaram morrer a tradição da viola. E que o convívio com outros violeiros é uma experiência muito rica. “É coisa muito boa, alegra a gente e os outros”, avalia. “E toda vez que a gente toca, já tem sempre um próximo lugar pra ir”, comemora o alegre violeiro.

SOCIAL
Além de resgate da cultura, o maestro Mariano vê uma função social muito importante para a Orquestra de Viola Caipira. “Estamos produzindo alegria para as pessoas e dando oportunidade de mais jovens se juntarem a nós. Onde tem alegria, não tem violência”, pontua o maestro.

Mariano lembra que a orquestra é uma criação da Associação Amigos da Cultura (Assamic), da qual é o presidente, e que o grupo nasceu de um projeto social de incluir jovens nesse projeto de resgate da música e da cultura regionais. “Estamos cumprindo nosso papel”, finalizou.

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