(*) Júlio César Cardoso
A maldade seletiva é própria da índole humana e se compreende. Agora, há muita gente que só vê virtude no seu meio de relacionamento social e político e desanda a ofender a honra de demais pessoas. A estes, vale lembrar um velho adágio popular que diz: “Tem macaco que não olha para seu próprio rabo”.
Caros, que parcela de brasileiros não goste do presidente Lula é um direito racional e democrático que se deve respeitar.
Mas o presidente Lula não foi eleito de forma ditatorial. Ele foi eleito democraticamente por eleições livres, limpas e fiscalizadas por organismos internacionais, pelo Tribunal Superior Eleitoral, pelo próprio partido do ex-presidente Bolsonaro e por seus correligionários.
Quanto às supostas virtudes do ex-presidente Bolsonaro, cabe aqui alguns comentários. Mesmo com uma eleição presidencial realizada de forma impecável sob os aspectos legais, o ex-presidente Bolsonaro – conhecido pelo epíteto de “cavalão”, desde o tempo de caserna, por sua arrogância e rebeldia – continua a contestar o resultado das urnas eletrônicas, sem apresentar prova de sua vulnerabilidade.
Na verdade, o ex-presidente continua a não se conformar com a derrota sofrida para Lula, a quem sempre tachou de ex-presidiário. Só que agora o feitiço pode virar contra o feiticeiro. Aqui se faz, aqui se paga.
Pois bem, causa indignação assistir-se, no Brasil, ao surgimento de uma súcia de ditadores tupiniquins, traidores da pátria, vendilhões da República, batendo continência à bandeira americana, usando chapéu com as cores dos EUA e dando apoio ao tarifaço absurdo, ameaçado por Donald Trump para prejudicar a nossa economia.
E tudo isso provocado pelo deputado fujão, covarde e traidor da pátria, Eduardo “bananinha” Bolsonaro, um lesa-pátria, vira-lata ordinário que só teve coragem de latir contra o país em solo americano.
A chantagem de Donald Trump, que condiciona a taxação ao afrouxamento do nosso Judiciário em relação à provável condenação do golpista Jair Bolsonaro, é uma intromissão inaceitável e jamais vista de um governo estrangeiro nos assuntos internos de outra nação. Mas, aos traidores da pátria de plantão e eleitores Donald Trump, a soberania brasileira é inegociável!
Aviso: não tenho partido nem político de estimação. E aos idiotas que julgam ser petista quem censura Jair Bolsonaro, digo-lhes que sou brasileiro acima de tudo e que me revolta ver indivíduos nacionais mequetrefes se indispondo contra o Brasil.
É muito simples para os impatriotas, insatisfeitos com o país: basta arrumarem as malas e partirem de vez para os states. E não reclamem depois ao sentirem arrependimento e saudade!
Mas quem conhece realmente – além de ter sido presidente do Brasil – Jair Bolsonaro, réu no STF, que pode ser condenado a até 43 anos pela 1ª. Turma da Corte?
Vamos lá: para conhecer um pouco da história do ex-capitão, ex-parlamentar, ex-presidente da República, oriundo do baixo clero da política carioca e que, em quase trinta anos de mandato, não teve aprovado nenhum projeto importante, faça uma breve pausa, deguste uma boa taça de vinho ou copo de cerveja, de refrigerante, acompanhado de alguns petiscos e se prepare para ler alguns fatos pitorescos da trajetória polêmica dessa figura “impoluta” que continua a azucrinar a nação.
Trata-se de um ex-presidente, com comportamento antidemocrático e golpista, que incitou os seus aloprados seguidores a conflagrarem a nação, com apoio das Forças Armadas. Mas a instituição Exército Brasileiro, que é patrimônio de todos os brasileiros, não embarcou na insensatez do ex-presidente, e, assim, o sonhado golpe de Bolsonaro não se concretizou.
Veja, principalmente aos lerdaços soldadinhos de chumbo de Bolsonaro, o que disse, em 3 de junho de 2021, o general da reserva Carlos Alberto dos Santos Cruz ao se reportar à ingerência de Bolsonaro para absolver o general Eduardo Pazzuello de participação em atos políticos:
“Houve um ataque frontal à disciplina e à hierarquia, princípios fundamentais à profissão militar. Mais um movimento coerente com a conduta do Presidente da República e com seu projeto pessoal de poder. A cada dia ele avança mais um passo na erosão das instituições. Falta de respeito pessoal, funcional e institucional. Desrespeito ao Exército, ao povo e ao Brasil. Frequentemente, com sua conduta pessoal, ele procura desrespeitar, desmoralizar e enfraquecer as instituições. Não se pode aceitar a SUBVERSÃO da ordem, da hierarquia e da disciplina no Exército, instituição que construiu seu prestígio ao longo da história com trabalho e dedicação de muitos. À irresponsabilidade e à demagogia de dizer que esse é o ‘meu exército’, eu só posso dizer que o ‘seu exército’ NÃO É O EXÉRCITO BRASILEIRO. Este é de todos os brasileiros. É da nação brasileira.”
Então, para os soldadinhos de Bolsonaro ampliarem o conhecimento da vida pregressa de seu “mito”, leiam o livro “O Cadete e o Capitão”, de autoria do jornalista Luiz Maklouf, ou assista à entrevista do autor com o jornalista Bial (https://globoplay.globo.com/v/7928247/).
A nova presidente do Superior Tribuna Militar (STM), Maria Elizabeth Rocha, afirmou, em 12 de março de 2025, que o ex-presidente Jair Bolsonaro pode ser julgado pela Justiça Militar e perder sua patente de capitão de reserva do Exército. Essa possibilidade depende da investigação sobre os atos golpistas, e de um pronunciamento do Ministério Público Militar (MPM), que analisará se o ex-presidente cometeu crimes militares, além dos crimes comuns (golpe de Estado e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito), que serão julgados pelo STF.
Bolsonaro é um desnaturado indivíduo que teve uma atuação desumana durante a pandemia da Covid-19, na qual ele recomendava cloroquina em vez de vacina como medicação, sem olvidar que as pessoas também faleciam por falta de oxigênio.
Como é de seu feitio e de forma sarcástica, Bolsonaro ironizava que não era coveiro para enterrar as vítimas da pandemia. Que espírito atrasado e cruel formam o caráter perverso e debochado de quem hoje implora por orações para não sentir a solidão e ausência familiar no xilindró.
Em plena pandemia, enquanto as pessoas agonizavam devido à doença, Bolsonaro e sua patota esquiavam no mar de Santa Catarina, com total desprezo e desrespeito ao momento de dor que o país passava.
Bolsonaro sempre chamou Lula de ladrão. Mas Lula, reagindo ao ataque, diz que Bolsonaro deveria explicar como a “família juntou R$ 26 milhões em dinheiro vivo para comprar 51 imóveis”.
Pois bem, Bolsonaro insiste em chamar Lula de corrupto. Mas é corrupto (ladrão) quem se apropria de joias das arábias; acumula fortuna só vivendo praticamente de política; adquire muitos imóveis, segundo noticiário, com suspeita de dinheiro proveniente de esquema de rachadinha; colocou todos os seus filhos e ex-mulheres na política, inclusive a atual mulher, Michelle, está no PL, abiscoitando um excelente cabide de emprego remunerado; omitia que, no RJ, o seu filho, senador Flávio Bolsonaro, possuía loja de chocolates para lavar, segundo denúncia, o dinheiro recebido de rachadinha, etc.
Portanto, que moral tem o ex-presidente para se considerar uma pessoa íntegra, zelosa com a coisa pública, se ele e Michelle Bolsonaro descolam do erário um montante salarial mensal da ordem de R$ 142 mil?
Bolsonaro é um vírus que precisa ser isolado para não continuar contaminando a nação. Mas o que nos surpreende é saber que existem obscurantistas que idolatram um psicopata perigoso que deveria estar internado no manicômio.
(*) Júlio César Cardoso é servidor federal aposentado
Balneário Camboriú-SC