Cidades

Onda de manifestos chega ao Vale do Aço

Manifestantes protestam em frente ao Congresso Nacional, em Brasília, contra gastos na Copa, corrupção e por melhorias no transporte, na saúde e educação     (Crédito: José Cruz/Agência Brasil)

IPATINGA – Os protestos ocorridos em diversas cidades de todo o país também vão acontecer nas três principais cidades do Vale do Aço. Coronel Fabriciano é quem dará o pontapé inicial nesta quinta-feira, a partir das 16h. Manifestantes irão se concentrar na Praça da Igreja de São Francisco de Assis, no bairro Melo Viana, de onde seguirão para o Centro da cidade, passando pelas principais ruas e avenidas.

Já na sexta-feira (21), será a vez dos moradores de Ipatinga gritarem. O ato público está marcado para começar também às 16h, no trevo do bairro Jardim Panorama, e deverá terminar na Praça dos Três Poderes, no Centro, onde estão concentrados o Fórum, a Prefeitura e a Câmara Municipal. Já em Timóteo, o manifesto vai acontecer no sábado (22), na Praça 1º de Maio, a partir das 9h da manhã.

O ponto em comum dos atos públicos do Vale do Aço com os que ocorrem pelo país é a mobilização articulada pelas redes sociais da internet. O Facebook tem sido o principal canal de comunicação entre os moradores das cidades, que combinam o trajeto da passeata, os dizeres nos cartazes e até mesmo o que será gritado durante o movimento. Entretanto, nas páginas das manifestações sempre é pedido aos participantes que ajam de forma pacífica, sem que haja o vandalismo ocorrido em capitais como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.

Entre os temas recorrentes propostos para os protestos estão a educação, saúde e segurança. Assim como no restante do Brasil, os gastos com a Copa das Confederações e Copa do Mundo também deverão fazer parte dos cartazes, assim como o preço e das passagens de ônibus nas cidades e qualidade do transporte coletivo. A Proposta de Emenda à Constituição número 37 também deverá estar em pauta. O projeto tira do Ministério Público o poder de investigação de crimes e vem sendo chamada de “PEC da Impunidade”.

A participação de partidos políticos nos atos públicos tem sido criticada e até mesmo vedada em alguns casos, como em Ipatinga. No ato de sexta-feira, um dos pontos proibidos é o uso de bandeiras partidárias durante o protesto. Timóteo e Coronel Fabriciano não estipularam regras.


STF derruba limitações aos protestos em Minas
Brasília
– O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux defendeu, em decisão divulgada na tarde de ontem (19), o direito de movimentos sociais protestarem nas ruas. Ele suspendeu decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, da última segunda-feira (17), que impedia manifestantes de interditar ruas durante protestos no estado.

De acordo com Fux, o direito de reunião é um “componente indispensável à vida das pessoas e à própria existência de um substancial Estado Democrático de Direito”. O ministro respaldou seu entendimento em decisão anterior da Corte, que revogou normas editadas no Distrito Federal em 2009 contra manifestações nas ruas de Brasília.

Fux defendeu a participação ativa dos cidadãos na vida pública para estimular a reflexão sobre temas jurídicos, políticos e econômicos em pauta no país. “É preciso abrir os canais de participação popular para que os rumos da nação não sejam definidos exclusivamente ao talante [desejos] dos governantes eleitos”, registrou.

O ministro criticou o uso de violência. Para ele, é contraditório protestar contra o mau uso do dinheiro público depredando prédios e bens que pertencem a toda a sociedade. “Esse tipo de conduta não deve ser tolerada, seja pelo seu caráter violento, seja porque não é capaz de transmitir qualquer tipo de mensagem útil ao debate democrático”.


De acordo com Fux, o direito de reunião é um componente indispensável à democracia

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