(*) Wanderson R. Monteiro
A educação é, com certeza, uma das áreas mais importantes para o país. Qualquer nação que tenha a menor ambição que seja de crescer, evoluir e se desenvolver, sabe que o ensino e a educação deverão ser as áreas nas quais deverão concentrar seu foco e esforços. Com isso, ao longo dos anos e em várias localidades diferentes, o processo educacional tem sofrido constantes mudanças, onde, na maioria das vezes, busca-se alcançar melhores resultados no processo de ensino aprendizagem, para que as melhorias provenientes do processo educacional possam dar seus frutos mais rapidamente, de maneira a impulsionar o desenvolvimento da nação, e a melhoria de vida de seus cidadãos.
Seguindo esse exemplo, o Brasil também fez muitas mudanças no seu sistema educacional, buscando alcançar o maior número de pessoas possível, na tentativa de acabar com o analfabetismo que era tão gritante em nosso país. Mas, infelizmente, levar o maior número possível de pessoas para a sala de aula, na tentativa de erradicar analfabetismo, não parece estar surtindo o efeito que deveria se esperar, já que, com o fácil acesso às instituições de ensino, não é difícil de se observar que os alunos que hoje têm acesso a educação de maneira muito mais fácil do que seus pais e avós não parecem dar a mínima importância para a oportunidade que lhes foi dada, oportunidade essa que seus pais e avós talvez não tiveram, e tanto queriam ter tido.
Não é novidade para ninguém que, durante muito tempo, a educação em nosso país era algo a ser usufruído somente por uma elite. Poucos eram os que tinham acesso ao ensino e à educação escolar, e o caminho até chegarmos à educação pública, e a atual facilidade ao acesso à educação foi longo e árduo.
Durante esse processo, muitos foram os que, pela falta de oportunidade, não frequentaram a escola e, muito menos, tiveram acesso ao ensino superior oferecido nas universidades. Tais dificuldades se manifestavam de inúmeras formas diferentes, seja pela distância dos centros educacionais e pelas dificuldades que permeavam o caminho até as escolas, principalmente no meio rural, ou, muitas vezes, pela dificuldade manifestada por conta do sustento familiar, que levavam muitos a optarem entre estudar ou trabalhar, sendo a última opção, logicamente, a campeã de escolhas, pois, como sabemos, e é um fato inquestionável, na pirâmide das necessidades o sustento e a sobrevivência tem mais importância do que os estudos e a participação na vida escolar.
Ainda hoje, com todas as mudanças e melhorias, o aspecto econômico foi, e ainda é, um enorme obstáculo para o acesso à educação para muitos brasileiros. Muitos são os que não frequentaram a escola e, principalmente, a universidade, por não terem condições de pagar os estudos, nem mesmo o básico, como caderno, lápis, e borracha, para poderem iniciar sua vida de estudos, frustrando os sonhos de uma multidão de brasileiros que sonhavam em adentrar os portões de uma escola, e que viam os estudos e o processo educativo como uma esperança para mudar suas vidas sofridas, e hoje, mesmo com a relativa facilidade ao acesso a educação básica e ao ensino médio, o aspecto econômico ainda frustra o acesso de muitos ao ensino superior.
Mesmo diante dessa realidade, e da importância que a educação têm para a vida de todos, não é difícil encontrarmos alunos, até mesmo universitários, que parecem não se importar com a oportunidade que eles têm de poder estudar e aprender, alunos que se esforçam o mínimo possível para poder cumprir com seus afazeres estudantis, isso quando têm a decência de buscar cumpri-los.
É triste ver que os esforços que muitos pais fizeram para poder dar uma educação escolar para seus filhos, coisa que muitos deles não puderam ter, são jogados fora por causa do desinteresse, da falta de vontade, da não valorização daquilo que para eles tem tanto valor, fazendo prevalecer a idéia de que, aqueles que veem o valor dos estudos são, justamente, aqueles que não tiveram a oportunidade de estudar.
(*) Wanderson R. Monteiro é formado em Teologia, coautor de 4 livros,
e vencedor de três prêmios literários
(dudu.slimpac2017@hotmail.com)
(São Sebastião do Anta – MG)