(*) Anderson Monteiro
Estamos chegando ao fim de 2020, um ano repleto de transtornos e enormes mudanças na estrutura de toda a humanidade e dos sistemas que regem o mundo. Um ano completamente atípico, marcado por incertezas, perdas, dor, medo, e angústia. Por mais que possam ter acontecido coisas boas para muitas pessoas de forma particular, 2020 não foi um ano fácil para ninguém.
Todo fim de ano somos tomados por sentimentos de esperança, e esperamos que o ano que irá se iniciar traga para cada um de nós a concretização de nossos planos, esperamos que o ano novo traga a materialização de nossas projeções mas, para o início de 2021, a maioria de nossos desejos particulares cederam espaço para desejos mais simples e vitais, como o bem estar e a sobrevivência.
O ano de 2020 foi o palco de uma enorme crise na saúde, crise essa que se estendeu para outras áreas, causando uma crise econômica, uma alta na taxa de desemprego, trazendo muito medo e insegurança. Tudo isso nos levou também a uma crise nos relacionamentos humanos, onde pôde-se conhecer o lado oculto de muitas pessoas, onde se destacou o desrespeito, a hipocrisia, e a falta de empatia e responsabilidade. Isso tudo trouxe para muitos um enorme sentimento de angústia, um sentimento tão forte capaz de incapacitar todos. Assim, 2020 se destacou por ser um ano angustiante, um ano onde a incerteza e o medo foram os sentimentos mais predominantes, assim, temos a esperança de que 2021 venha afastar da humanidade tudo de ruim que 2020 nos trouxe.
Em 2020 foi preciso nos adaptar a uma nova realidade, a uma nova forma de viver, de trabalhar, a novas rotinas, a uma nova forma de se relacionar… assim, com todos os desafios desse ano, 2020 também pode ser considerado como um ano de adaptação: foi preciso que nos adaptássemos a uma nova realidade completamente impensável a um ano atrás. E a cada dia que passa, todos demonstramos estar mais adaptados a essa nova realidade – que todos esperamos que termine o mais rápido possível -.
Por mais terrível que tudo isso seja, estamos avançados – uns mais que os outros – no processo de se adaptar a uma realidade que antes era inimaginável. 2020 nos mostrou que a realidade, e todo o modo de viver de toda a humanidade, podem ser transformados em um curto período de tempo, e mesmo que isso nos leve a um choque de realidade, podendo causar medo e insegurança, em 2020 também vimos que, por mais difícil que a situação se apresente, sempre tentamos nos adaptar.
Seguindo esse processo, a superação é o próximo estágio a ser alcançado por nossa sociedade em meio às crises atuais. 2020 nos assustou, nos trouxe uma grande angústia e insegurança, mas também nos ensinou que temos uma grande capacidade de adaptação em meio a grandes crises. Agora, nosso próximo passo como sociedade é a busca da superação de todos os problemas que ocorreram em 2020.
Temos a esperança de que tudo se resolva logo, e que as coisas voltem a seu estado “normal” o mais rápido possível. Em 2021, e nos anos seguintes – pois as consequências de todas as crises de 2020 não serão sanadas tão rapidamente como gostaríamos – precisaremos trabalhar juntos para que possamos superar todas as dificuldades legadas pelas crises de 2020. Somente agindo como uma sociedade, iremos superar a crise de saúde pública, a crise econômica, o desemprego, e todas as crises já citadas – e as não citadas – que assolam nossa sociedade na atualidade.
2020 se vai e, mesmo com todas as coisas ruins que aconteceram, ele também nos deixa muitos ensinamentos. Acredito que a esperança de todos nós é que 2021 seja um ano diferente do que foi 2020, todos esperamos que as coisas melhorem mas, desde já, devemos estar preparados para continuar convivendo com os problemas e as consequências de tudo o que aconteceu em 2020 e, não querendo ser pessimista, devemos também estarmos preparados para o caso de as coisas chegarem a um estado bem pior do que já estão, pois, como 2020 nos mostrou, tudo, no mundo inteiro, pode mudar muito rapidamente em um curto espaço de tempo. Será preciso estarmos preparados para as mudanças e transformações que estão por vir, sejam elas de qual espécie for, pois uma coisa é fato: depois de 2020, o mundo nunca mais voltará a ser como era antes.
(*) Anderson R. Monteiro é bacharel em Teologia pelo ICP – Instituto Cristão de Pesquisas
São Sebastião do Anta – MG
dudu.slimpac2017@hotmail.com