sábado, novembro 30, 2024
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O processo eleitoral e a consciência política

(*) Thales Aguiar

Caros leitores, esse ano por conta da pandemia e um impasse indefinido se haveria eleições municipais, já era de se esperar mesmo com a prorrogação das datas eleitorais que nos discursos políticos de alguns agentes públicos, teríamos, sim, a escolha de um novo cenário para as cidades brasileiras a partir de 2021. Mas a pergunta que faço é a seguinte: será que a população está amadurecendo sua consciência política na aceitação de candidatos que irão transformar nossa pífia democracia em um espaço coletivo melhor para se viver? É preciso compreender que qualquer decisão que a tomemos através do voto, aos poucos elas vão definindo o resto da nossa existência. Compreenda também que ao não posicionarmos vamos deixando que outros decidam por nós. Infelizmente, ainda encontramos parte de uma população sem consciência participativa, sem a mínima dignidade para a questão da cidadania. Parte de um resultado de ausência de educação e formação política nas escolas e nas instituições sociais.

Temos presenciado diuturnamente nas mídias o desrespeito pela coisa pública. Políticos eleitos por essa mesma população que aproveitam e utilizam de recursos públicos de forma habitual revestidos de má fé interessados somente na urgência do seu próprio bem-estar. Em época de eleição é nítido como o brasileiro ainda apoia a corrupção nas trocas de favores individuais, na doação de um bem em permuta de votos e a simulação de obras e serviços públicos que ficarão inacabados sem nenhuma funcionalidade para a população.

Vendemos um retrocesso com vestimenta de desenvolvimento, um verdadeiro falso moralismo. O país é rico, temos posição estratégica na atual história do mundo. Não aproveitamos nossos recursos a favor do brasileiro, patriotas é algo que não se aprende na família, não cuidamos da nossa natureza e dos recursos que ela nos dispõe, mantemos as velhas práticas de vantagem exploratória. Somos subservientes aos interesses estrangeiros e entregamos nossas empresas que gera economia ao imperialismo de primeiro mundo. Vejo com tristeza no atual cenário um esforço de retrogradação, corroborando apenas para que os mesmos de sempre não percam seus privilégios.

É urgência de toda sociedade apoiarmos candidatos e políticos, sem ter um partido de ocasião, sem fanatismo, que faça políticas públicas para além do imediatismo. Com inteligência, com dados estatísticos e com história. Consciência política vai muito mais além do voto, a democracia tem haver com a participação direta e ativa de todos nós. Os cidadãos elegíveis que permanece no poder são responsáveis não só por aqueles que o elegeram, mas por toda uma nação. Que lembremos sempre dessa ilustre frase: “A democracia é o governo do povo, pelo povo, para o povo.” – Abraham Lincoln (1809 – 1865).      

(*) Thales Aguiar é jornalista e escritor

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