(*) Fernando Benedito Jr.
Não se tem notícia no mundo de Congresso pior que o brasileiro. Em termos de ruindade, o baixo nível do baixo clero, a falta cortesia e de elegância que deveria reger as relações políticas mesmo com todas as diferenças e divergências partidárias e programáticas, no caso brasileiro, assume uma proporção desvantajosa. Na atual Legislatura, chegou ao fundo do poço. Infelizmente, por se tratar de uma instituição pulverizada, cujo poder é distribuído entre cada parlamentar, cada bancada de cada estado da Nação, fica difícil ao comum dos mortais perceber o que acontece ali.
Além de ruim, é caro.
Segundo o site Convergência Brasil, os brasileiros pagam R$ 10,8 bilhões por ano para o Congresso Nacional, em salários, auxílio moradia, assessores, veículos, celulares… Essas são algumas das principais regalias dos parlamentares brasileiros que ocupam o segundo Congresso Nacional mais caro do mundo – o primeiro é o dos EUA. E quem paga essa conta é a população brasileira.
De acordo com uma pesquisa das Nações Unidas com a União Interparlamentar (UIP) divulgada pela BBC News Brasil, cada parlamentar tem o custo anual de US$ 7,4 milhões aos cofres públicos.
Além de ter um alto custo, o trabalho dos congressistas é avaliado como ótimo por apenas 18% da sociedade e 32% consideram ruim ou péssimo, segundo estudo do Datafolha.
Segundo a pesquisa Quest divulgada esta semana, 85% dos brasileiros são contra a ampliação de 513 para 531 parlamentares na Câmara de Deputados, enquanto 9% se dizem favoráveis e 6% não souberam ou não responderam. Mas, lá, ninguém se importa com isso. Sabem que pouco restará na memória do brasileiro e a conta se diluirá entre todos os parlamentares e não sobrará desgaste para ninguém. Então, aproveitam.
Querem aumentar a ruindade.
Mas não é só isso. O Congresso legisla pela chantagem, pelo toma-lá-dá-cá, pelas emendas parlamentares, por dinheiro, enfim. Ali não existe causa que não tenha preço.
Ao votar, o brasileiro precisa aprender a escolher melhor seus representantes no parlamento. São que estão avacalhando o País.
(*) Fernando Benedito Jr é editor do DP