(*) Fernando Benedito Jr.
Nestes tempos de pós-verdade, as declarações de Donald Trump e dos órgãos do governo norte-americano, como o recente relatório do Departamento de Estado enviado ao Congresso, transformam e deturpam todo o entendimento que se tinha até então sobre a mentira. Entre outras coisas o documento mentiroso, uma fake news, diz que o governo brasileiro interdita o debate democrático e que os direitos humanos não são respeitados no Brasil. A extrema direita inverte a lógica e a realidade de forma cínica, como é de seu feitio, sem qualquer apreço pela ética.
Ainda que digam que a verdade é relativa – e não é -, as coisas que Donald Trump tem dito e feito são tão absurdas e anormais que se assemelham a delírios de um psicopata – e são muitos desde que assumiu o poder. A distorção da realidade atinge um tal nível de insensatez e loucura que não se explica pela lógica dos fatos. São típicos de pessoas que não se importam com a opinião alheia e que vivem num mundo igualmente alheio e lunaticamente bilionário, como se tivessem a certeza que vão controlar o pensamento da humanidade com suas versões impostas aos gritos, com chantagem, com o poder das armas, da guerra comercial e de outros mecanismos de força. Por isso ataca a soberania brasileira, ouve Eduardo, esmaga a Palestina (em aliança com Israel), ignora o mundo, fala alto e humilha os pequenos em ciladas como fez com Zelensky, com o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa e outros convidados ao Salão Oval. Não se aventura no mesmo tom a Rússia, com a China, com a União Europeia, por exemplo.
Trump não é nada. Um absoluto cretino que vai passar pela Terra sem fazer falta alguma e sem deixar qualquer legado útil à humanidade. Assim como aqueles que o seguem.
É um daqueles tipos que tem lugar reservado na lata de lixo da história.
(*) Fernando Benedito Jr. é editor do DP.