(*) Fernando Benedito Jr.
Após os atos terroristas e o vandalismo em Brasília, o ex-presidente covarde, o canalha-mor da política brasileira desde a instituição da República, deve antecipar seu regresso de Miami, depois da fuga desonrosa.
Sob o risco de ser considerado “persona non grata” em solo norte-americano, o que já ocorre da parte dos democratas e até mesmo de republicanos menos radicais, o ex-presidente pode sofrer nova humilhação ao ser extraditado. Melhor correr o risco de ser preso no Brasil, onde seus filhos e correligionários querem uma vítima para chamar de mito. Por outro lado, conviver de novo com este traste inútil no Brasil não tem nada de bom, mas pelo menos ficará mais próximo das barras dos tribunais.
O ataque a Brasília foi bom sob alguns aspectos. A saber:
. A partir de agora, o esquema de segurança no Planalto deve ser outro. Desde a posse se negligenciou e subestimou o grau de organização e violência dos fascistas. O cenário muda a partir dos ataques ao Congresso, Palácio do Planalto e STF;
. Os defensores da democracia e das instituições que a sustentam não terão mais que conviver com os acampamentos urbanos de fascistas, onde eram chocados os ovos da serpente, gestadas as tramas golpistas e repetidos os discursos de ódio camuflados de orações e patriotadas de toda sorte;
. A invasão, a violência e a depredação dos vândalos mostrou ao País quem de fato são as pessoas que pedem intervenção militar e golpe de Estado, os tais “cidadãos de bem” e auto-implodiu o discurso destes ignorantes e estúpidos, bajuladores de portas de quartel e lambe-botas de militares;
. Deixou claro que são os fascistas, sejam eles, propagandistas, financiadores, os mandantes, ativistas, do topo à base;
. Desmascarou parte da curriola de políticos e militares que são coniventes com atos anti-democráticos e propostas golpistas;
. Acendeu a centelha da esquerda e dos democratas para se manterem mobilizados e atentos contra o golpismo e para a necessidade da autodefesa contra o fascismo não só nos espaços de poder, mas também nas ruas
. Ao expor a verdadeira face do extremismo, antes apresentados em caricaturas de religiosos, “cidadãos de bem”, patriotas e salvadores da pátria, os atos criminosos de domingo revelaram a barbárie e ganharam a antipatia de uma grande parcela da população, mesmo de quem votou no ignóbil.
. A condenação dos atos de terrorismo pela comunidade internacional, mostra que o mundo não aceita mais este tipo de comportamento vil e revoltante. Este tipo de conduta vergonhosa, infelizmente, mostra ao mundo civilizado que existe uma parcela da sociedade brasileira que é gente ruim, sem educação e desprezível. Mas, são minoria e essa banda podre da sociedade brasileira tem um líder.
Um líder que, Oxalá, vai perdendo cada vez mais apoio. Pesquisa Quaest publicada pela “Folha de São Paulo” mostra que a popularidade do inútil nas redes desceu ao seu pior nível em quatro anos, depois da invasão e depredação na Praça dos Três Poderes. Num índice que vai de zero a 100, atingiu a marca de 21 pontos (o que ainda é muito) – antes da ação dos vândalos estava na casa dos 40 pontos.
Estes dados oscilam, mas o fato é que, apesar de tudo, o novo governo sai fortalecido deste lamentável episódio. Une em torno de si e da democracia uma grande parcela da população e dos poderes constituídos, da opinião pública interna e externa. E isso é bom.
(*) Fernando Benedito Jr. é editor do DP
