Obra de Gabriel Garcia Marquez ajuda a superar os momentos de tédio e solidão no período de isolamento social
(DA REDAÇÃO) – Em tempos de pandemia e isolamento social, a leitura é uma boa companhia, ainda mais num momento político como o brasileiro, quando a realidade assume ares de fantasia cada vez mais irritante e estúpida. Seja pelas atitudes surreais de um governante autoritário com ideias decrépitas que lembram O Outono do Patriarca, pelas mentiras e fake news que se disseminam como um vírus em O Veneno da Madrugada ou pela solidão de Ninguém Escreve ao Coronel ou de Cem Anos de Solidão –, ou pelo simples prazer de ler para desfrutar de outras narrativas que não aquelas sobre coronavírus e crises políticas, Gabriel Garcia Marquez e sua obra são uma atualíssima e prazerosa fuga para esses dias intermináveis na Macondo (a cidade imaginária, cenário das histórias do escritor colombiano inspirada em Cartagena das Índias) em tempos de pandemia.
Existem muitas e boas sugestões de leitura que estão em voga na atualidade como A Peste, de Camus, ou Ensaio sobre a Cegueira, de Saramago. Mas, se tem uma indicação indispensável é O Amor nos Tempos do Cólera, de Garcia Marques. Depois, se o leitor se animar, pode partir para a obra completa. Não haverá arrependimento.
REALIDADE E FICÇÃO
Ainda muito jovem, o telegrafista, violinista e poeta Gabriel Elígio García se apaixonou por Luiza Márquez, mas o romance enfrentou a oposição do pai da moça, o coronel Nicolas, que tentou impedir o casamento enviando a filha ao interior numa viagem de um ano. Para manter seu amor, Gabriel montou, com a ajuda de amigos telegrafistas, uma rede de comunicação que alcançava Luiza onde ela estivesse. Essa é a história real dos pais de Gabriel García Márquez e foi ponto de partida de O amor nos tempos do cólera, que acompanha a paixão do telegrafista, violinista e poeta Florentino Ariza por Fermina Daza.
O romance latino-americano do premiado escritor e jornalista Gabriel García Márquez, O Amor nos Tempos do Cólera (El amor en los tiempos del cólera), se desenrola em uma região caribenha um pouco afastada, no período de transição do século XIX para o século XX.
Na ficção, Fermina Daza, uma tradicional donzela resguardada pelo pai, o comerciante Lorenzo Daza, vive um romance oculto com Fiorentino Ariza, jovem poeta sem grandes ambições para o futuro. Ao descobrir os vestígios desse amor pueril, o comerciante decide separar de vez o casal de adolescentes fazendo com que sua filha se case com o doutor Juvenal Urbino, médico respeitado e bastante admirado na região por ser uma das únicas autoridades locais empenhadas na luta contra a proliferação da cólera, em epidemia na época.
PAIXÃO
O Amor nos Tempos do Cólera, de Gabriel García Márquez, é um dos livros mais vendidos durante a pandemia do coronavírus nos Estados Unidos, segundo dados da editora Penguin Random House.As vendas da publicação que o falecido escritor colombiano lançou em 1986 aumentaram em 183% em seu formato físico e digital em espanhol em comparação ao mesmo período do ano passado, e 621% em inglês, devido à temática da publicação: um amor que supera a pandemia da cólera [doença bacteriana], com uma mensagem de esperança. O romance de Gabo está inspirado na vida de seus pais, o telegrafista, violinista e poeta Gabriel Elígio Garciá que se apaixonou por Luiza Márquez, mas o romance enfrentou a oposição do pai da moça, o coronel Nicolás, que tentou impedir o casamento enviando a filha ao interior numa viagem de um ano.Para manter seu amor, Gabriel montou, com a ajuda de amigos telegrafistas, uma rede de comunicação que alcançava Luiza onde ela estivesse. Essa é a história real dos pais de Gabriel García Márquez e foi ponto de partida para o livro, que acompanha a paixão do telegrafista, violinista e poeta Florentino Ariza por Fermina Daza. Na história os anos passam e Florentino, apesar de ter centenas de romances, não consegue remover Fermina do seu coração. Cinqüenta anos depois de professar seu amor, ele o faz novamente quando descobre que ela ficou viúva.
