Cidades

Novos partidos articulam assinaturas no Vale do Aço para serem criados

Militantes do PLC em reunião realizada em Ipatinga: lema do partido é “Governo dos Justos”

 

IPATINGA – Pelo menos três novos partidos políticos possuem articulações no Vale do Aço para serem deferidos junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e conquistarem o direito de concorrer às eleições de 2014. São eles: o Partido Liberal Cristão (PLC), o Rede Sustentabilidade e o Solidariedade.

As três legendas estão em fase de obtenção de assinaturas. Esta é uma determinação do TSE, que exige a coleta de cerca de 500 mil nomes em pelo menos nove estados da Federação. Após esse passo, e já de posse do seu estatuto próprio, os partidos devem ser homologados na Justiça Eleitoral.

GOVERNO DOS JUSTOS
Com o lema “Governo dos Justos”, o PLC foi criado em outubro de 2011 por um grupo de líderes religiosos que acreditava que o povo evangélico estava se afastando da política e que o número de representantes cristãos eleitos é pequeno.

Esse mesmo grupo trabalhou para ajudar na recriação do antigo Partido Liberal (PL), mas se deparou com dificuldades que, segundo eles, os evangélicos enfrentam nos partidos já existentes, e decidiram pela criação da sigla.
Conforme afirma a nota de criação do partido, “o país tem uma população de 190 milhões de brasileiros, dos quais 65 milhões são evangélicos. Um posicionamento político deste segmento pode mudar a história da nação”.

O PLC é presidido nacionalmente pelo pastor Osésa Rodrigues e promete lançar no cenário político novos nomes com novas ideias e propostas. “Creio que os evangélicos podem cumprir seu papel como cidadãos, defendendo leis que atendam aos anseios de todo o povo brasileiro”, afirma Osésa.

Em Minas Gerais, a sigla vem sendo liderada por Manoel Santos, pastor e empresário de Belo Horizonte. Já no Vale do Aço, o ex-diretor regional da Secretaria de Estado e Desenvolvimento Social (Sedese), Mauro Nunes, o delegado de polícia Rodrigo Manhães e o empresário Olímpio Barros encabeçam a campanha para criação do partido regionalmente.

Segundo Mauro, atualmente a legenda conta com mais de 400 mil assinaturas em todo território nacional, sendo quatro mil somente em Minas. A expectativa é atingir, até o mês de junho, as 500 mil assinaturas para homologação. A sigla pretende lançar pelo menos um nome regional para a campanha de 2014. Mauro contou que alguns políticos locais vêm conversando com o partido a fim de realizarem a troca, mas não citou nomes.

SOLIDARIEDADE
Solidariedade é o nome provisório do partido criado no ano passado e presidido pelo sindicalista Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, atualmente deputado federal pelo PDT. Em Minas Gerais, quem assumiu a coordenadoria da coleta de assinaturas foi o também sindicalista Luiz Carlos Miranda, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Ipatinga (Sindipa).

Luiz explicou que o partido está em sua fase final de criação, tendo conseguido em torno de 450 mil assinaturas até o momento. Miranda ressaltou ainda que Minas é o segundo maior apoiador do Solidariedade, com 38 mil assinaturas.
Segundo o coordenador estadual, o Solidariedade é pragmático em defesa das causas dos trabalhadores brasileiros. No entanto, não descarta ter em seu quadro de filiados representantes do empresariado. “Vamos defender também os empresários que fazem investimentos no país”.

O presidente do Sindipa adiantou que já existe o interesse de diversos deputados federais do país de ingressarem na legenda. “O Solidariedade está conversando com cerca de 50 deputados federais que deverão aderir ao novo partido. Esperamos ter a terceira maior do bancada na Câmara Federal”, afirmou Luiz Carlos.
As negociações com lideranças regionais também vêm sendo feitas. Segundo Luiz Carlos, vereadores e prefeitos de algumas cidades do Vale do Aço possuem interesse em se unir ao Solidariedade, cuja expectativa é lançar nomes da região para a disputa de cadeira no Legislativo estadual.

REDE
No mesmo caminho do Solidariedade está o Rede Sustentabilidade, da ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva. O partido, fundado em fevereiro deste ano, também colhe assinaturas para poder se tornar uma realidade no Brasil. No Vale do Aço, quem comanda a campanha de coleta é o parlamentar Roberto Carlos, atualmente no PV. Até o momento, em Minas, cerca de 200 mil pessoas deram seus nomes para ajudar na efetivação do partido.

O Rede vem se baseando na utilização da internet para propagação de suas ações – daí o nome Rede – e é centrado na questão da preservação do meio ambiente. Entre suas propostas, estão algumas bem inovadoras como limitação de apenas uma eleição no Legislativo. O estatuto da legenda ainda prevê um modelo partidário descentralizado, com um conselho gestor à frente das decisões principais. A Rede também pretende reservar 30% de suas vagas nas eleições para candidaturas independentes e limitar as doações, restringindo algumas categorias de empresas da lista de doadores de campanha.

Em maio, a ex-ministra vem ao Vale do Aço para participar algumas mobilizações a respeito da nova sigla. Um evento na Câmara de vereadores deve servir para Marina expor as ideias da Rede Sustentabilidade.


O vereador Roberto Carlos é um dos articuladores da Rede


Luiz Carlos Miranda é um dos fundadores do Solidariedade

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