A nova variante do coronavírus, encontrada na África do Sul, é motivo de preocupação entre cientistas e autoridades, que começam a bloquear as fronteiras para evitar a propagação da cepa. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), a B.1.1.529 é a variante mais “significante” detectada até agora e tem alto potencial de propagação. A variante tem uma proteína de espigão diferente daquela do coronavírus original, na qual se baseiam as vacinas contra covid-19. Isso aumenta a preocupação de que a B.1.1.529 possa “escapar” da proteção dos imunizantes. A Bélgica detectou hoje o primeiro caso da nova variante na Europa.
Segundo a Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido, a cepa também foi identificada em Botswana e Hong Kong. David Nabarro, enviado especial da OMS para o combate ao coronavírus, disse ser “apropriada” a preocupação sobre a nova variante. “Vou te dizer o porquê: o vírus parece ter uma capacidade maior de escapar das defesas que todos nós construímos como resultado das vacinas que recebemos desde o início deste ano”, afirmou em entrevista à BBC. Hoje, os especialistas da OMS se reúnem para discutir a nova variante e definir um nome, mas a agência adiantou que demorará “várias semanas” para entender melhor o impacto da cepa e determinar sua virulência.
A África do Sul, que é o país mais afetado pelo vírus no continente, registrou 22 casos da variante, principalmente em jovens. Em todo o continente africano, apenas 7% dos 1,3 bilhão de habitantes estão totalmente vacinados. Agora, a Europa se apressa para bloquear as fronteiras e impedir o avanço da variante, mas um epidemiologista da Universidade de Hong Kong disse que já pode ser tarde demais para endurecer as restrições de viagem.