Foto: O prefeito Gustavo Nunes (PSL) em visita a escola da rede municipal no primeiro dia de retorno às aulas presenciais
IPATINGA – No primeiro dia da Onda Roxa determinado para todos os municípios do estado de Minas Gerais, conforme decisão do governo estadual publicada na noite de ontem (16), todas as escolas municipais de Ipatinga mantiveram o ensino presencial. Na rede particular, alguns educandários suspenderam as atividades. Em constantes contatos com a Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Ipatinga a informação é que o prefeito Gustavo Nunes (PSL) se encontra em viagem e o governo ainda não tem uma posição definitiva sobre a situação. Segundo informações veiculadas pela imprensa estadual, a Onda Roxa é impositiva e deve ser acatada por todos os municípios mineiros, sob pena de responsabilização dos gestores.
DESCASO E OMISSÃO
A diretora do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (SindUTE), Subsede Ipatinga, Isaura Carvalho Azevedo, disse nesta quarta-feira (17) que a entidade tem atuado em várias frentes na perspectiva de suspensão das aulas presenciais nas escolas, em defesa da saúde, da vida de toda a população e também para garantir o direito à educação aos estudantes. “Várias tentativas de diálogo já foram feitas com a Secretaria Municipal de Educação e também com o governo municipal, mas são constantes os reagendamentos, evidenciando o descaso e omissão do poder público com a vida das pessoas, assim como o direito à educação dos estudantes”.
DIREITO À VIDA E À EDUCAÇÃO
Isaura salienta que foram feitas diversas ações com o objetivo de garantir a saúde e segurança dos trabalhadores e estudantes. “Fizemos denuncias ao Ministério Público comprovando que os protocolos de segurança nas unidades escolares não estão sendo cumpridos, que tem aumentado a contaminação entre os profissionais e também entre os estudantes e ainda que não há garantia do direito à educação. Faltam profissionais nas escolas para atender aos estudantes presencialmente – e também o atendimento remoto não tem sido garantido aos que optaram por esta modalidade. Ingressamos com uma ação judicial solicitando a suspensão das atividades presenciais, mas até o momento apenas o Ministério Público deu ciência desta notificação. A justiça ainda não se manifestou aguardando o posicionamento da PMI que, numa atitude de postergação, ainda não deu ciência da notificação.
ONDA ROXA
Isaura Carvalho destacou que o Sindicato recebeu ontem a notícia da determinação da Onda Roxa em todos os municípios mineiros, incluindo a suspensão das atividades presenciais nas escolas. “Nós entendemos que é uma decisão acertada pelo momento que a gente vive hoje, para que seja possível um respiro no sistema de saúde – mas entendemos que para a educação apenas esses 15 dias não são suficientes. Ressaltamos que as escolas devem permanecer fechadas para que a situação não seja piorada por essas medidas irresponsáveis do governo municipal, para que, após os 15 dias, a gente não tenha que retornar à mesma situação que vivemos hoje. Lembramos que as escolas abertas obrigam a situações inevitáveis de aglomeração. Um número significativo de pessoas, cerca de 40 mil circulando pela cidade, entre responsáveis, profissionais e estudantes. Diariamente a gente recebe denúncias de irregularidades no cumprimento dos protocolos. Verificamos antes mesmo do retorno presencial a impossibilidade do distanciamento, a falta de ventilação e de espaço aberto nas escolas. Depois do retorno consolidado, comprovamos isso. Os estudantes permanecendo as 4 horas seguidas em sala de aula, inclusive, alimentando neste mesmo espaço. Há falta de profissionais e chegamos nesta semana à falta de equipamento de proteção individual para ser fornecido aos profissionais.
REDUÇÃO DA CURVA
Segundo ela, o correto neste momento é a suspensão das atividades presenciais para diminuir a curva de contaminação e permitir a reestruturação do sistema de saúde para conseguir prover o atendimento aos que precisarem. “Estamos há vários dias no limite da ocupação de leitos de UTI. Por outro lado, precisamos consolidar o atendimento remoto aos estudantes, com ferramentas adequadas para conseguirmos atender com eficiências às demandas dos estudantes. No mais, aguardamos a posição do prefeito municipal e da SME ratificando esta decisão tão necessária neste momento”, finalizou a dirigente sindical.