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Movimentos Sociais se mobilizam contra privatização de usinas em Minas

IPATINGA – A Câmara Municipal sediou nesta sexta-feira (11) o Seminário Regional edição Vale do Aço para discutir estratégias de mobilização contra a venda das usinas hidrelétricas de Miranda, Jaguara, São Simão e Volta Grande, marcada para o final de setembro. O leilão, de iniciativa do Governo Federal, pretende privatizar as quatro usinas que juntas respondem por quase 50% da energia gerada pela Cemig – hoje controladora das hidrelétricas.
O debate é promovido pela Plataforma Operária e Camponesa de Energia, que reúne diversos movimentos sociais, e contará com a participação de Beatriz Cerqueira, presidenta da CUT/Minas Gerais e de Joceli Andrioli, da coordenação do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).
A transação comercial, se concretizada, representará a precarização dos vínculos trabalhistas dos funcionários e ameaça à política de participação nos lucros, mas principalmente novos reajustes nas tarifas da energia pagas pelos mineiros – hoje a maior do País e quarta mais cara do mundo.
Por isso, para ampliar a discussão e levar a todas as cidades os riscos que os consumidores e cidadãos mineiros correm com a privatização, entidades como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Sindietro (Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores da Indústria Energética de Minas Gerais), Levante Popular da Juventude, entre outros, intensificaram os debates no mês de agosto. Além do Vale do Aço, os seminários estão ocorrendo em 14 regionais do Estado.
Segundo Camila Brito, coordenadora do MAB regional Vale do Aço, o movimento traz três bandeiras principais: impedir a entrega do patrimônio público à iniciativa privada, criar um fundo social com parte dos lucros auferidos pelas empresas, para investimentos em políticas públicas e reduzir as tarifas de energia. “Somos contra e estamos lutando contra o entreguismo promovido pelo Governo Federal. As barragens por si só já representam violação aos direitos humanos das comunidades do entorno e traz riscos. Entregar à iniciativa privada patrimônio do povo é uma afronta que irá precarizar ainda mais a situação dos trabalhadores dessas empresas, das comunidades atingidas pelas barragens e também de quem paga a conta de luz”, alerta.
Para Feliciana Saldanha, integrante da direção estadual do Sind-UTE/MG, o encontro servirá para debater a questão e levar a situação ao conhecimento da sociedade. “Essas usinas já estão pagas, são patrimônio do povo. Precisamos combater essa pauta entreguista do atual governo”, afirma. Após o seminário, um abaixo-assinado será encaminhado para potencializar a mobilização.

ENTENDA O CASO

Em 2012, a presidenta Dilma Rousseff, ainda em exercício, antecipou as concessões de usinas estatais. Elas foram renovadas em vários estados, mas quatro deles – na época, governados pelo PSDB –, não aderiram à proposta: Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Mato Grosso. Em março deste ano, o presidente Michel Temer (PMDB) autorizou o leilão para descontratar projetos de energia.

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