FABRICIANO – A cidadã Aline Matias (foto), moradora do bairro Judith Bering, utilizou do espaço da “Tribuna Popular” da Câmara Municipal de Coronel Fabriciano para denunciar o descaso, a falta de estrutura e precariedade no atendimento do Hospital Municipal Dr. José Maria de Moraes.
Em seu relato, em prantos e em meio à lágrimas, ela informou que no dia 08 de fevereiro, sábado à noite, o seu esposo Dayvidson Wicent Inocêncio Correia deu entrada no Hospital José Maria de Moraes com fortes dores no peito, relatando esse quadro para o médico que o atendeu, inclusive solicitando do médico um raio X.
O médico, segundo ela, simplesmente aplicou um remédio para dor, deu alta e disse para o paciente procurar o posto de saúde durante a semana, sem fazer nenhum exame, talvez por falta do serviço de radiografia. O paciente veio à falecer cerca de duas horas depois. Ela já está de posse do prontuário de atendimento do Hospital José Maria de Moraes, representou queixa junto a Delegacia de Polícia e acionou também o Ministério Público.
RESPONSABILIZAÇÃO
Vários vereadores se posicionaram e foram uníssonos em dizer que o médico, a direção do hospital, o secretário de Saúde, Ricardo Cacau, e o prefeito Dr. Marcos Vinicius Bizarro (PSDB) – que também é médico – precisam ser responsabilizados por mais esta morte que ocorreu no Hospital José Maria de Moraes, possivelmente, por negligência, estrutura precária e falta de um serviço hospitalar adequado.
A Comissão de Saúde da Câmara Municipal, formada pelos vereadores Dr. Sandro Araújo (presidente), Canídia (relator) e Professor Edem (membro) se comprometeu em aprofundar no caso, buscando informações e cobrando providências urgentes. Segundo eles, as investigações em curso terão o apoio jurídico do Legislativo. Também será realizada uma audiência pública para convocar a diretora do nosocômio, Kátia Barbalho, para prestar depoimento e esclarecimentos.
FALTA DE ESTRUTURA
Segundo manifestação de diversos vereadores, fatos como esse tem sido constante no hospital municipal José Maria de Moraes, que não possui uma estrutura necessária para atender a população. “Um hospital aberto sem as devidas condições de atender de maneira eficiente os casos graves é irresponsabilidade, pois coloca a vida das pessoas em risco. É muito preocupante o hospital funcionar desta maneira precária”, descreveu o vereador Marcos da Luz.