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Levantar âncoras!

A família Schurmann se prepara para mais uma aventura marítima em torno do mundo

Uma pequena canoa precisa de pouco para se transformar em um veleiro. Basta conseguir um cabo de vassoura no quintal de casa e pegar, escondido na gaveta do guarda-roupa, um lençol. Depois, é só sair navegando pelo rio que fica perto de casa como se fosse um mar. Aos olhos adultos, isso pode parecer absurdo, mas com essa simplicidade Vilfredo Schurmann conseguiu seu primeiro ‘veleiro’ durante a infância. O sonho, alimentado pelas brincadeiras, ficou guardado até os 25 anos, quando iniciou o planejamento para a primeira volta ao mundo. Hoje, ele se organiza para levantar velas e percorrer o globo pela terceira vez na Expedição Oriente.

ANTES DE COLOMBO
Ao contrário do que diz a história oficial, pode ser que os primeiros navegadores a chegar à América não tenham sido europeus. Essa teoria mobilizou a definição da rota da terceira viagem de volta ao mundo que será iniciada pelos Schurmann em 23 de novembro de 2013. Com base em cartas e documentos do século XV, acredita-se que, em 1421, uma esquadra chinesa teria realizado o trajeto, cem anos antes de Fernão de Magalhães – primeiro descobridor que teria alcançado esse feito. Além disso, teria chegado à America, 70 anos antes de Cristóvão Colombo. A expedição da família tem como ponto de partida as terras brasileiras e passará pela Antártida, Polinésia, Nova Zelândia, Austrália, Papua Nova Guiné, Japão, China, Vietnã, Indonésia e África do Sul, até retornar ao Brasil. “Durante as pesquisas para a viagem, conhecemos muito sobre a cultura chinesa. Historicamente, eles sempre foram muito adiantados, por exemplo, com a pólvora e a criação da bússola. Mantinham foco no comércio e isso influenciou muito na elaboração das rotas”, comenta Vilfredo.

CASA EM ALTO-MAR
A viagem para a ilha caribenha de San Thomas já seria suficiente para mudar a vida de uma pessoa: areia branca, mar exageradamente azul, verde intenso das plantas. No caso de Vilfredo Schurmann, marcou o início de uma jornada com grandes aventuras. “Lá ficamos sentados, olhando os barcos, e minha mulher revelou seu sonho de criança, que também era o meu, de andar de barco a vela. Fizemos um passeio e, ao final, prometi que voltaríamos um dia em nosso próprio barco. Já viajamos três vezes”, lembra.

Dez anos depois, Vilfredo, Heloisa e seus filhos Wilhelm, David e Pierre, com 7, 10 e 15 anos, na época, transformavam em realidade esse sonho. “Eu não tinha a dimensão do que seria uma volta ao mundo. Sabia que isso incluía muitas aventuras e que meus pais estariam perto de mim o tempo todo. Isso já era bom. Com o olhar de criança, pensei que seria como estar dentro do livro de Robinson Crusoe que eu lia na época”, conta David Shurmann. O gosto pelas aventuras em um veleiro deu origem à segunda viagem, 13 anos depois de levantar velas pela primeira vez. Hoje, o novo foco é desvendar os segredos da rota chinesa.

MAIS HIG-TECH IMPOSSÍVEL
Para a terceira missão comandada pelo Capitão Vilfredo, nada de canoa, cabo de vassoura e lençol, como nos tempos de criança. O veleiro, batizado de Kat – em homenagem à filha mais nova dos Schurmann -, tem a sustentabilidade e a tecnologia como norte do projeto de construção. Para isso, conta com sistema elétrico digital, geração de energia limpa, tratamento de esgoto, reaproveitamento de lixo orgânico e plataforma para interação online com internautas de todo o mundo. Um material que aparece como diferencial para trazer conforto e resistência é o inox.

QUALIDADE BRASILEIRA
A facilidade para lavar, o conforto e a praticidade são as principais características procuradas nos materiais utilizados. Alguns foram trazidos do exterior, mas no caso do inox, o produto é nacional. Fornecido pela Aperam, ele foi empregado na construção do deck, cuba dos banheiros, mobiliário, piso e outras estruturas. “Tudo que puder ser de inox será. Ele permite flexibilidade de formas, é leve e possibilita trabalhar com diferentes medidas. Além disso, ajudou a vencer um dos principais desafios no projeto: aliar função, formato e estética, com equilíbrio”, conta Jeane Bianchi, arquiteta responsável pelo interior do barco. Vantagem para quem projeta e para quem terá o veleiro como casa nos próximos dois anos. “Nos outros veleiros, o deck não era de inox. Ao longo do tempo, o material enferrujava e era necessário raspar e pintar constantemente. Agora, vou investir o tempo em que estaria raspando e pintando para tirar fotos e aproveitar a vista”, brinca Vilfredo.

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ANTES DE COLOMBO
Ao contrário do que diz a história oficial, pode ser que os primeiros navegadores a chegar à América não tenham sido europeus. Essa teoria mobilizou a definição da rota da terceira viagem de volta ao mundo que será iniciada pelos Schurmann em 23 de novembro de 2013. Com base em cartas e documentos do século XV, acredita-se que, em 1421, uma esquadra chinesa teria realizado o trajeto, cem anos antes de Fernão de Magalhães – primeiro descobridor que teria alcançado esse feito. Além disso, teria chegado à America, 70 anos antes de Cristóvão Colombo. A expedição da família tem como ponto de partida as terras brasileiras e passará pela Antártida, Polinésia, Nova Zelândia, Austrália, Papua Nova Guiné, Japão, China, Vietnã, Indonésia e África do Sul, até retornar ao Brasil. “Durante as pesquisas para a viagem, conhecemos muito sobre a cultura chinesa. Historicamente, eles sempre foram muito adiantados, por exemplo, com a pólvora e a criação da bússola. Mantinham foco no comércio e isso influenciou muito na elaboração das rotas”, comenta Vilfredo.

CASA EM ALTO-MAR
A viagem para a ilha caribenha de San Thomas já seria suficiente para mudar a vida de uma pessoa: areia branca, mar exageradamente azul, verde intenso das plantas. No caso de Vilfredo Schurmann, marcou o início de uma jornada com grandes aventuras. “Lá ficamos sentados, olhando os barcos, e minha mulher revelou seu sonho de criança, que também era o meu, de andar de barco a vela. Fizemos um passeio e, ao final, prometi que voltaríamos um dia em nosso próprio barco. Já viajamos três vezes”, lembra.
Dez anos depois, Vilfredo, Heloisa e seus filhos Wilhelm, David e Pierre, com 7, 10 e 15 anos, na época, transformavam em realidade esse sonho. “Eu não tinha a dimensão do que seria uma volta ao mundo. Sabia que isso incluía muitas aventuras e que meus pais estariam perto de mim o tempo todo. Isso já era bom. Com o olhar de criança, pensei que seria como estar dentro do livro de Robinson Crusoe que eu lia na época”, conta David Shurmann. O gosto pelas aventuras em um veleiro deu origem à segunda viagem, 13 anos depois de levantar velas pela primeira vez. Hoje, o novo foco é desvendar os segredos da rota chinesa.

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Para a terceira missão comandada pelo Capitão Vilfredo, nada de canoa, cabo de vassoura e lençol, como nos tempos de criança. O veleiro, batizado de Kat – em homenagem à filha mais nova dos Schurmann -, tem a sustentabilidade e a tecnologia como norte do projeto de construção. Para isso, conta com sistema elétrico digital, geração de energia limpa, tratamento de esgoto, reaproveitamento de lixo orgânico e plataforma para interação online com internautas de todo o mundo. Um material que aparece como diferencial para trazer conforto e resistência é o inox.

QUALIDADE BRASILEIRA
A facilidade para lavar, o conforto e a praticidade são as principais características procuradas nos materiais utilizados. Alguns foram trazidos do exterior, mas no caso do inox, o produto é nacional. Fornecido pela Aperam, ele foi empregado na construção do deck, cuba dos banheiros, mobiliário, piso e outras estruturas. “Tudo que puder ser de inox será. Ele permite flexibilidade de formas, é leve e possibilita trabalhar com diferentes medidas. Além disso, ajudou a vencer um dos principais desafios no projeto: aliar função, formato e estética, com equilíbrio”, conta Jeane Bianchi, arquiteta responsável pelo interior do barco. Vantagem para quem projeta e para quem terá o veleiro como casa nos próximos dois anos. “Nos outros veleiros, o deck não era de inox. Ao longo do tempo, o material enferrujava e era necessário raspar e pintar constantemente. Agora, vou investir o tempo em que estaria raspando e pintando para tirar fotos e aproveitar a vista”, brinca Vilfredo.

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