Policia

Justiça começa a ouvir policiais presos por força tarefa na região

IPATINGA – Começam, nesta semana, a serem ouvidos em juízo os presos pela força tarefa da Polícia Civil de Belo Horizonte que investigou diversos crimes ocorridos no Vale do Aço, entre eles as mortes dos repórteres Rodrigo Neto e Walgney Carvalho. As chamadas audiências de instrução terão início amanhã e antecedem o ápice de um processo judicial: o julgamento.

ARSENAL
O primeiro a ser ouvido será o empresário Francisco Miranda Rezende Filho, preso desde o dia 18 de junho pelo crime de porte ilegal de arma. O homem foi detido por policiais do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) durante as investigações da morte de Rodrigo Neto, quando a Polícia Civil solicitou à Justiça expedição de mandados de busca e apreensão para uma loja de móveis que seria de Francisco. Isso ocorreu porque as investigações apontaram que a arma utilizada no crime poderia estar escondida no local.

Durante o cumprimento dos mandados, foram encontradas várias armas de fogo no estabelecimento, resultando na apreensão de uma submetralhadora 9 milímetros, pistolas, espingardas, munições de fuzil, silenciadores, munição calibre 50, utilizada em baterias anti-aéreas pelas forças armadas, munições de diversos calibres e mais de 280 munições calibre 380.
O empresário foi preso em flagrante pelos crimes de posse ilegal de armas e munições de uso restrito e se encontra desde então no Ceresp de Ipatinga. Sua audiência será nesta segunda-feira (23) às 13h.

MILITAR
Na sexta-feira (27), o policial militar Michel Luiz da Silva será ouvido no Fórum de Ipatinga sobre o crime que vitimou o morador de rua Célio Nunes Pereira. De acordo com as investigações do DHPP, o corpo da vítima foi encontrado por um funcionário de uma fazenda de eucaliptos na zona rural de Santana do Paraíso em avançado estado de decomposição.

O laudo de necropsia revelou que o homem havia sido morto há aproximadamente 15 dias atingido por dois disparos de arma de fogo na região da cabeça.
Exames de DNA confirmaram que o corpo encontrado era de Célio. De acordo com testemunhas, o homem usuário de crack e morador de rua, visto com frequência no Centro de Ipatinga.

Durante as investigações, a Polícia Civil apurou que Célio tinha uma desavença pessoal com o policial militar, segundo relato de testemunhas ouvidas em cartório, e após várias diligências investigativas, a equipe do DHPP conseguiu identificar Michel como sendo o PM apontado nos autos como desafeto do morador de rua.

A Polícia Civil pediu, então, a prisão temporária do militar em junho passado, sendo o pedido acolhido pela Justiça. A prisão do militar foi cumprida no dia 17 de julho de 2013 e, desde então, ele se encontra preso no Batalhão da Polícia Militar de Ipatinga.

NOVEMBRO

A Justiça também marcou a data da primeira audiência do policial Victor Emmanuel Miranda de Andrade, o cabo Victor. Ele será ouvido em juízo no dia 27 de novembro pela morte de Cleidson Mendes do Nascimento, o Cabeça, ocorrida em 16 de setembro de 2011.

Cabeça era testemunha em um processo que investigava Victor por um outro homicídio, ocorrido em 2007. Ele apontava o militar como sendo o executor de Ricardo Souza Garito e foi morto após testemunhar contra Victor.
Victor Emmanuel encontra-se preso em um batalhão da PM na capital mineira desde abril e foi indicado por mais um homicídio, além de ser investigado em pelo menos outros três inquéritos policiais.


Arsenal encontrado pela polícia incluía uma submetralhadora 9 milímetros, pistolas, espingardas, munições
de fuzil e silenciadores    (Crédito: Divulgação PC)

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