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Judiciário Federal adere à paralisação no Vale do Aço

Os servidores pedem reajuste de 56% para repor perdas salariais; categoria quer forçar União a incluir aumento na peça orçamentária de 2013    (Fotos: Nadieli Sathler)

 

IPATINGA – Os servidores públicos da Justiça Federal, Ministério Público Federal (MPF) e Ministério Público do Trabalho (MPT) deflagraram na tarde de ontem (20) a paralisação dos serviços nas unidades de Ipatinga e Coronel Fabriciano.
A adesão dos servidores do Poder Judiciário Federal é mais um setor a reforçar a onda de mobilização nacional, que já iniciou greve na Polícia Federal, Incra, IBGE e Receita Federal, dentre outras categorias.
O primeiro ato público realizado pelos funcionários da União no Vale do Aço foi no início da tarde de ontem. Na frente do prédio da Justiça Federal, na avenida Selim José de Sales, bairro Canaã, os servidores fizeram um apitaço por quase duas horas.
Em Minas, o Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário Federal no Estado de Minas Gerais (SITRAEMG) está organizando a mobilização e estará presente nos principais prédios do Judiciário em Belo Horizonte com pontos de apoio ao movimento.
A perspectiva é conseguir, em conjunto com a mobilização nacional da categoria, que o Governo Federal aceite negociar a tempo de incluir a verba necessária ao reajuste antes do dia 31 de agosto, último prazo para o envio da Lei Orçamentária Anual – LOA – de 2013 para votação.

APITAÇO
De acordo com Felipe Melo Dutra, técnico do Judiciário, a paralisação teve uma adesão de mais de 70%, incluindo funcionários das repartições federais em Ipatinga e Coronel Fabriciano.
“O nosso interesse é que o nosso plano de carreiras seja incluído na proposta orçamentária da União a ser votado até o final do ano. Se não, vamos passar mais um ano sem reajuste. A defasagem dos nossos salários chegou em 56%, podendo chegar ao dobro se nada for feito”, explicou.
O plano de carreira da categoria está paralisado no Congresso Nacional desde 2009, sem a devida aprovação das comissões. O técnico relembrou que o sindicato reivindicou o reajuste no governo do ex-presidente Lula.
“Até o momento, não houve um parecer da administração da presidente da Dilma. A greve já é iminente na subseção de Ipatinga, uma vez que Brasília já parou e as demais varas federais também. Vamos começar com as paralisações”, revelou o servidor.
Enquanto durar a mobilização, apenas as questões urgentes serão atendidas, como os mandados de segurança e os pedidos de liberdade provisória. O salário base da categoria é de aproximadamente R$ 2,6 mil.

ASSEMBLEIA
Após a mobilização, os servidores se reuniram na sala de reuniões no prédio da Justiça Federal e votaram pela deflagração do estado de greve. Ainda na assembleia, os trabalhadores marcaram novos atos públicos.
Nesta terça-feira (21), os funcionários seguem para Coronel Fabriciano, onde vão realizar nova mobilização em frente ao prédio da Justiça do Trabalho, no Centro da cidade.

PERDAS

O último reajuste do Poder Judiciário Federal ocorreu em 2006. Desde então, os salários destes trabalhadores já acumulam uma defasagem de 38%, agravada pelos parcelamentos que os aumentos sofrem, quando são concedidos.
O Projeto de Lei 6.613/2009, que rege o reajuste pleiteado pela categoria, tramita no Congresso Nacional e já está parado há dois anos na Comissão de Finanças e Tributação – CFT, apesar de toda a pressão que os sindicatos e a Fenajufe – Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e Ministério Público da União vêm fazendo neste período, seja nos estados ou em atos e atividades nacionais em Brasília.
A título de comparação, o sindicato ressaltou que, enquanto os servidores do Judiciário Federal tiveram sua última revisão salarial há quase sete anos, ao longo desse período já houve aumento de 59,98% na alimentação, 52,86% na Educação, 36,66% na Saúde e 24,55% nos serviços de transporte.


“As paralisações vão ser mantidas até o
sindicato oficializar a legalidade da greve”
Felipe Dutra

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