Jeanderson (detalhe) foi baleado com seis tiros na avenida Geraldo Inácio, no bairro Melo Viana
FABRICIANO – Mais um registro de homicídio pode estar relacionado com o tráfico de drogas em Coronel Fabriciano. Jeanderson Junio Evangelista, 20 anos, foi executado com seis tiros na cabeça na noite da última segunda-feira (28), na avenida Geraldo Inácio, no bairro Melo Viana. No final da manhã de ontem, um adolescente de 16 anos havia sido apreendido como principal suspeito do crime. O jovem confessou o assassinato.
Por volta das 23h, a vítima foi encontrada por populares agonizando em via pública. Jeanderson chegou a ser socorrido com sinais vitais pelo Corpo de Bombeiros ao Hospital São Camilo, onde chegou a ser entubado, mas não resistiu e morreu. Ao ser atendido, a equipe médica encontrou no bolso da bermuda do jovem uma bucha de maconha, que foi entregue à polícia.
CONFISSÃO
Imagens capturadas por uma câmera de um estabelecimento próximo ao local do crime e denúncias anônimas ajudaram a polícia a apreender o menor que acabou confessando o homicídio. Foi informado à polícia que o menor, já conhecido no meio policial, era o autor dos tiros contra a vítima.
Ainda segundo testemunhas, ele estava em uma bicicleta tipo Caloi e após o crime fugiu em direção ao bairro Recanto Verde. O rapaz justificou o homicídio afirmando que matou Jeanderson porque ele o ameaçava de morte. A versão será alvo de investigação da Polícia Civil.
FAMÍLIA
Jeanderson é de uma família evangélica e a possibilidade de a morte dele estar ligada ao envolvimento com drogas pegou todos de surpresa. A mãe da vítima, Marlene Evangelista, 34 anos, contou à reportagem que, momentos antes do crime, o filho estava em casa. Por volta das 22h30, ele pediu dinheiro para ir a uma Lan House. “Mas ele não voltou, e meia hora depois chegou a notícia de que ele estava caído no meio da rua. Eu cheguei ao hospital, mas ele só olhava para mim e as lágrimas desciam”, relata a mãe, alegando que o filho era um menino tranquilo e que não acredita que a morte dele esteja relacionada às drogas. “Todos os policiais conhecem ele, e sabem que meu filho não era uma pessoa ruim. Sinceramente eu não sei o que aconteceu. Nunca comentou que estivesse sendo ameaçado”, afirma a mãe do jovem.
EMBOSCADA
Familiares acreditam que Jeanderson tenha sido vítima de uma emboscada, a contar do horário que ele saiu até o momento que receberam a notícia do crime. Antes de sair de casa, Jeanderson foi chamado por um amigo na porta. “Com tanto tiro que ele levou na cabeça, queriam era executar meu filho. Agora eu não sei se ele participou de alguma coisa e eu não estou sabendo”, considera Marlene.
Embora a família dissesse desconhecer qualquer envolvimento do rapaz com o mundo das drogas, ele possuía passagem na polícia como usuário de entorpecentes. A família de Jeanderson preferiu sepultar o corpo do jovem ainda na tarde de ontem (29), no Cemitério Municipal Senhor do Bonfim
