Policia

Jovem confessa homicídio no Caravelas

IPATINGA – Dayane Carvalho da Silva, 20 anos, se entregou à polícia nesta quarta-feira (5). Ela é acusada de matar a facadas Géssica de Nelma Gonçalves Pereira, 24 anos, no dia 30 do mês passado. Dayane, que estava foragida no intuito de fugir do flagrante, confessou o crime e já se encontra recolhida no Ceresp de Ipatinga.

Ontem, o delegado de homicídios Eduardo Carvalho apresentou a jovem à imprensa. Apesar de ter ficado de costas para as câmeras, de vez em quando Dayane se virava e não mostrava nenhum semblante de arrependimento. Estava tranquila e alegou legítima defesa, o que já foi contestado pela Polícia Civil.

Apesar de Dayane ter fugido do flagrante ela não poderia se livrar da prisão. Isto porque a 1ª Vara Criminal expediu um mandado de prisão para forçar que a acusada fosse diretamente para o Ceresp caso fosse presa ou se apresentasse à polícia.

DINÂMICA

Tudo aconteceu na madrugada do dia 30 do mês passado. Na rua Mossoró, no bairro Caravelas, uma família resolveu organizar um churrasco na calçada da rua. Vizinhos, incluindo Dayane, ficaram incomodados com as conversas altas e algazarras que estavam se estendendo e resolveram então chamar a polícia.

A dona da casa onde a festa acontecia foi presa por desacato a autoridade e perturbação do sossego. Após a prisão, Dayane e a vítima Géssica continuaram a briga, e em determinado momento a acusada desferiu duas facadas no abdômen de Géssica e uma no queixo. A vítima morreu no local e Dayane fugiu.

Para o delegado responsável pelo inquérito, Eduardo Carvalho, o crime foi cometido por motivo fútil, e como já desconfiava de que cedo ou tarde Dayane se apresentaria, solicitou ao judiciário o mandado de prisão. “Ela demonstrou interesse em colaborar com a justiça, ela se entregou, inclusive sabendo da possibilidade de ser presa”, disse.

LEGÍTIMA DEFESA
Dayane disse para a polícia que agiu em legítima defesa porque Géssica estaria armada durante a discussão. Porém, a polícia já descartou esta hipótese, já que testemunhas – que também reclamaram da bagunça – declararam em depoimentos que Géssica havia sido desarmada por uma prima.

Em depoimento à polícia, Dayane disse que ficou sem reação após ter cometido o crime e que pessoas que estavam no local teriam lhe orientado a fugir, alegando que ela pegaria muitos anos de cadeia.
“A própria postura dela – de fugir do flagrante – a prejudicou. Porque ela alega que sofreu lesões, mas não tem como mais fazer um exame de corpo de delito, porque eventuais lesões desapareceram. Então essas circunstâncias têm o poder de afastar uma eventual legítima defesa”, explicou o policial.

NA JUSTIÇA
Na fase policial, não existe qualquer possibilidade de a acusada ser liberada, mesmo ela tendo se entregado e confessado o crime, pois homicídio é crime hediondo e inafiançável. A acusada responderá ao processo presa devido ao mandado de prisão expedido pela justiça.

Se acusada pelo Ministério Público, na fase judicial, Dayane será ouvida em juízo e possivelmente será levada a julgamento popular. Caso seja condenada, o juiz poderá atenuar (abreviar) a pena dela considerando a apresentação espontânea e a confissão.

“Ela seria beneficiada agora, se ela se apresentasse no momento do crime. Porque aí a gente teria mais elementos para analisar a legítima defesa que ela alega. Mas, no caso dela, as provas objetivas se perderam porque os eventuais hematomas já não se encontram no corpo de Dayane”, explicou o delegado.
Segundo a polícia, Dayane em envolvimento em roubos, e foi indiciada recentemente pelo crime de receptação. A polícia encontrou na casa dela uma moto que teria sido usada em um assalto. Na ocasião, ela foi liberada mediante pagamento de fiança.

Você também pode gostar

PHP Code Snippets Powered By : XYZScripts.com