Policia

Jornalista é morto a tiros em Ipatinga

Jornalista (detalhe) foi executado com três tiros quando seguia para o carro, no “churrasquinho do Baiano”, no bairro Canaã (Crédito: Wellington Fred)

IPATINGA – O jornalista e radialista Rodrigo Neto foi morto a tiros no início da madrugada desta sexta-feira (8), no bairro Canaã. Rodrigo saía do “Churrasquinho do Baiano”, na avenida Selim José de Sales, em direção ao seu carro, um Corola placa KHO-4615, quando foi surpreendido por uma dupla em uma motocicleta. O carona sacou uma arma e efetuou vários tiros contra a vítima.

Três disparos foram certeiros. Um atingiu a cabeça, outro as costas e um o lado esquerdo do peito. Com os disparos, o corpo do jornalista foi projetado para dentro do carro. Rodrigo foi socorrido por populares ainda com vida ao Hospital Municipal, mas não resistiu e faleceu.

Segundo testemunhas, os executores estavam em uma moto escura e ambos vestiam roupas escuras. Após os disparos, a dupla fugiu em alta velocidade e não pôde ser identificada. A autoria e motivação ainda são desconhecidas pela polícia.

Na tarde de ontem (8), a Polícia Civil convocou uma entrevista à imprensa para falar sobre os rumos das investigações e garantiu que não medirá esforços para que o caso seja desvendado o mais rápido possível. Duas equipes de investigadores foram designadas pelo Delegado Regional Gilberto Simões a se empenharem em todas as informações que estão sendo repassadas à polícia.

A PC preferiu não adiantar as linhas de investigações, mas, a princípio, não irá trabalhar com a hipótese de latrocínio – roubo seguido de morte da vítima. Objetos que estavam no veículo, um notebook e uma máquina digital, não foram levados. O delegado Ricardo Cesari assumiu provisoriamente as apurações, já que a Delegada de Homicídios Irene Angélica encontra-se de férias. O delegado afirmou que por enquanto a polícia trabalha em cima dos fatos registrados pela Polícia Militar.

Conforme o delegado, a perícia técnica estima que pelo menos cinco disparos foram efetuados contra Rodrigo, já que três projeteis de arma calibre 38 foram encontrados no local do crime e outros dois no corpo da vítima. Todos foram recolhidos pela PC.

TRAJETÓRIA
Natural de Caratinga, Rodrigo Neto trabalhou como repórter policial do “Diário Popular”, onde foi responsável por uma série de reportagens investigativas. Iniciou a carreira no “Diário de Caratinga”, veio para o “Diário do Aço”, em Ipatinga, mas sempre teve grande paixão pelo rádio. Atualmente, era um dos locutores da Rádio Vanguarda, onde dividia desde 2006 a bancada do programa “Plantão Policial”, ao lado de seu amigo Adair Alves, o “Carioca”.

Há uma semana, o jornalista tinha retornado à imprensa escrita como repórter policial do jornal “Vale do Aço”. Rodrigo Neto era formado em Direito e estudava com afinco para tornar-se delegado, tendo prestado diversos concursos públicos. Seu objetivo era combater a impunidade e a corrupção no meio policial.

Ao longo de sua carreira como jornalista e radialista, Rodrigo Neto foi um dos mais combativos profissionais na apuração e denúncia de diversos crimes ocorridos no Vale do Aço. Tinha especial indignação em relação a crimes coletivos que nunca foram apurados, como a Chacina de Belo Oriente, da qual volta e meia lembrava.
Também denunciou com tenacidade a série de crimes do “assassino da moto verde”, a chacina de Revés do Belém, a

Chacina de Belo Oriente, da qual voltou a lembrar nos programas do Plantão Policial, ao comentar o assassinato do pai de um dos envolvidos na execução do policial militar Amarildo Pereira de Moura, 50 anos, ocorrida no início de fevereiro.
Já há algum tempo Rodrigo Neto temia pela própria vida. Ele foi alvo de diversas ameaças em razão das denúncias que fazia na imprensa falada e escrita. Chegou a prestar depoimentos junto à Corregedoria da Polícia Civil sobre os crimes que denunciava. Rodrigo Neto deixa a esposa Bia e o filho Arthur, 7 anos, por quem era apaixonado.

ÚLTIMAS HORAS
Rodrigo Neto viveu as últimas horas de sua vida ao lado de sua família. Após fazer a ronda policial para o programa “Plantão Policial”, o jornalista se ocupou com a mudança de residência.
Na noite de quinta-feira (7), ele chegou ao Jornal Vale do Aço, por volta de 18h30. De lá, seguiu para o “Churrasquinho do Baiano”, local em que Rodrigo Neto sempre costumava ir depois do horário de trabalho. A noite de quinta-feira (7) seria mais um dia normal na vida do jornalista que apenas desejava retornar para casa e reencontrar a família.


Polícia prometeu empenho na apuração do caso: até a noite de ontem, nenhuma informação havia sido
divulgada

Você também pode gostar

PHP Code Snippets Powered By : XYZScripts.com