(DA REDAÇÃO) – “Uma pessoa só morre quando morre a testemunha”. A declaração é do cantor e compositor João Bosco, principal parceiro de Aldir Blanc, morto na madrugada desta segunda-feira, aos 73 anos, vítima de covid-19, que publicou nas redes sociais uma mensagem de adeus ao amigo. João Bosco lembrou o tempo em que estiveram distantes e a retomada do relacionamento, afirmando que “não existe João sem Aldir”.
Em outro trecho da mensagem, João Bosco diz que perde o maior amigo, mas ganha, nesse mar de tristeza, uma razão para viver: “quero cantar nossas canções até onde eu tiver forças”.
Leia a íntegra da mensagem de João Bosco:
“Peço desculpas aos que têm me procurado hoje. Não tenho condições de falar. Aldir foi mais do que um amigo pra mim. Ele se confunde com a minha própria vida. A cada show, cada canção, em cada cidade, era ele que falava em mim. Mesmo quando estivemos afastados, ele esteve comigo. E quando nos reaproximamos foi como se tivéssemos apenas nos despedido na madrugada anterior. Desde então, voltamos a nos falar ininterruptamente. Ele com aquele humor divino. Sempre apaixonado pelos netos. Ele médico, eu hipocondríaco. Fomos amigos novos e antigos. Mas sobretudo eternos. Não existe João sem Aldir. Felizmente nossas canções estão aí para nos sobreviver. E como sempre ele falará em mim, estará vivo em mim, a cada vez que eu cantá-las. Hoje é um dos dias mais difíceis da minha vida. Meu coração está com Mari, companheira de Aldir, com seus filhos e netos. Perco o maior amigo, mas ganho, nesse mar de tristeza, uma razão pra viver: quero cantar nossas canções até onde eu tiver forças. Uma pessoa só morre quando morre a testemunha. E eu estou aqui pra fazer o espírito do Aldir viver. Eu e todos os brasileiros e brasileiras tocados por seu gênio.”