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Israel ameaça civis de Gaza com último aviso para “destruição total”

Ministro manda que palestinos aceitem oferta de anexação conforme proposta de Trump e saiam da região ou serão destruídos

BRASÍLIA – O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, divulgou nesta quarta-feira (19) uma mensagem em uma rede social, dirigida aos moradores civis da Faixa de Gaza, onde ameaça com a “destruição total” da região caso a população não remova o Hamas e não entregue os reféns israelenses.

“Moradores civis de Gaza, esse é o último aviso. O ataque da força aérea contra os terroristas do Hamas foi apenas o primeiro passo. O resto será muito mais difícil e vocês pagarão o preço total. A evacuação da população das zonas de batalha começará novamente em breve”, afirmou o chefe das Forças Armadas israelenses.

ANEXAÇÃO OU DESTRUIÇÃO

Em sua mensagem, Katz pede ao povo palestino de Gaza que aceite a oferta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que defende a remoção dos moradores do enclave para outros países, com posterior anexação do território. A solução é rejeitada pelos estados árabes e pelas lideranças palestinas. Mas o ministro da Defesa ameaça, afirmando que, caso contrário, “Israel agirá com forças que vocês ainda não conhecem”.

“Aceite a oferta do presidente dos EUA, liberte os reféns e elimine o Hamas, e outras opções se abrirão para você, incluindo ir para outros lugares do mundo, para quem quiser. A alternativa é destruição total”, finaliza a mensagem Katz.

BOMBARDEIOS

Na terça-feira (18), Israel retomou os bombardeios contra Gaza após quase 2 meses de um cessar-fogo relativo. O Ministério da Saúde local calculou que os recentes bombardeios mataram mais de 400 pessoas, incluindo mais de 100 crianças.

O governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu alega que o Hamas não tem aceitado negociar a entrega dos 59 reféns que permanecem sob controle do grupo islâmico palestino, além de supostamente planejar novos ataques contra o país.

HAMAS

O Hamas nega que tenha rejeitado as negociações para liberação dos reféns e afirma que o governo de Tel-Aviv usa pretextos falsos para justificar o retorno à guerra.

“A ocupação [de Israel] está tentando enganar a opinião pública e criar falsas justificativas para encobrir sua decisão premeditada de retomar seu genocídio contra civis desarmados; desconsiderando completamente seus compromissos sob o acordo de cessar-fogo”, denuncia o grupo, em nota.

O Hamas ainda responsabilizou diretamente os EUA pelo retorno dos bombardeios.

“Com seu apoio político e militar ilimitado à ocupação, Washington tem total responsabilidade pelos massacres e assassinatos de mulheres e crianças em Gaza”, afirmou o grupo.

Representantes da Casa Branca confirmaram que foram informados por Israel que retomariam os bombardeios em Gaza, segundo a Reuters.

BLINDAGEM

Especialistas no conflito do Oriente Médio consultados pela Agência Brasil avaliam que a volta da guerra por Israel busca consolidar o plano para anexar o território da Faixa de Gaza, além de servir para blindar o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, acusado de corrupção e sob risco de dissolução do seu gabinete com a perda de apoio dos setores mais radicais do parlamento.

“A retirada unilateral de Israel do cessar-fogo é totalmente esperada e resultado de suas próprias ambições. A retomada da matança de moradores de Gaza sob o pretexto de combater o terrorismo/Hamas é parte de uma estratégia de ocupação ilegal e anexação de terras em Gaza”, avaliou a professora de pós-graduação em Relações Internacionais da PUC de Minas Gerais Rashmi Singh.

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