Cidades

Ipatinga sofre com a dengue

Prefeitura intensifica visitas domiciliares, aplicação de larvicidas e fumacê nos locais de maior concentração do mosquito


IPATINGA –
O clima quente e úmido volta a dar condições ideais para a proliferação do mosquito da dengue, e Ipatinga mantém o alerta contra a epidemia. Levantamento do Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa), divulgado nesta terça-feira (26) pela Secretaria Municipal de Saúde, apurou que a larva do mosquito transmissor da doença continua presente em 3,1% das residências visitadas entre os dias 18 e 20 deste mês. O total de casos suspeitos de dengue notificados passa de 8 mil, apenas nos primeiros três meses do ano.

Embora menor do que a série histórica para os meses de março – período que concentra os maiores volumes de chuvas na região, com o LIRAa médio registrado de 3,9% –, o índice é considerado preocupante e coloca o município na faixa de médio risco. O preconizado pelo Ministério da Saúde é de 1% para se evitar a epidemia de dengue. O secretário de Saúde de Ipatinga, Eduardo Penna, adianta que as ações já em curso no município, desde janeiro, serão reforçadas nos próximos dias, intensificando as visitas domiciliares e o controle ao vetor em lotes e ruas.

O plano emergencial de enfrentamento à dengue implantado pela Secretaria Municipal de Saúde inclui assistência aos pacientes na Unidade de Hidratação 24 horas na Policlínica, combate ao vetor (fumacê e aplicação de larvicidas), limpeza de ruas e lotes vagos, retirada de entulhos, mobilização social e ações educativas.

COMBATE DIÁRIO
Dentre os 48 bairros visitados durante o recente LIRAa, dez estão na faixa considerada de alto risco, como os bairros Cidade Nobre, Jardim Panorama e Vila Formosa, onde foi apurado 5,0%. Além de fumacê e aplicação de larvicidas, estes bairros já foram atendidos também pelo mutirão de limpeza e combate à dengue. Do dia 18 de fevereiro a 23 de março, o mutirão de limpeza já visitou 98 mil residências e recolheu quase 600 toneladas de entulho e inservíveis em Ipatinga.

FOCOS

Com base no LIRAa de Ipatinga, 45,4% dos focos de infestação da dengue foram encontrados em depósitos móveis, tais como pratinhos e vasos de plantas, bebedouros de animais e restos de materiais de construção. Outros grandes “criadouros” do Aedes aegypti estão em tambores, cisternas e barris (18,6%) e inservíveis (16,5%). Vale lembrar que o mosquito Aedes aegytpti prefere o ambiente úmido para colocar seus ovos, que podem sobreviver até 450 dias no ambiente. Basta apenas alguns milímetros de água para eles eclodirem e, em uma semana, transformar em mosquito adulto. O ciclo de vida do Aedes aegytpi é de 35 dias e o número de pessoas que ele pode infectar é ilimitado.


Infestação cai para 1,5% em Fabriciano
Fabriciano
– A Prefeitura de Fabriciano divulgou, nesta terça-feira (26), o Levantamento Rápido do Índice de Infestação do Aedes Aegypti (LiraA) realizado entre os dias 18 e 20 deste mês. O novo índice é de 1,5%, menor que o levantamento realizado em janeiro deste ano, que foi de 1,6%. Desta vez, os maiores focos de dengue estão nos bairros Ponte Nova, Amaro Lanari, Caladinhos de Cima e do Meio, Pomar, Morada do Vale, Recanto Verde, Nossa Senhora do Carmo, Córrego Alto, Floresta, Frederico Ozanam e Contente.

A coordenadora do Setor de Endemias da Prefeitura, Amanda Fernandes, relata que no último levantamento mais de 50% dos depósitos de mosquito da dengue foram encontrados em pratos de plantas e bebedouros de animais. “No atual LIRAa, observamos crescimento de focos em caixas d’água e lixo. Também foram encontrados focos em lotes vagos”, afirma.

Apesar das mudanças registradas, 90% dos focos de dengue continuam no interior das residências. “A Prefeitura tem cumprido o seu papel, por meio do desenvolvimento de campanhas constantes e ações em toda cidade para eliminar os focos. Mas é preciso que os cidadãos redobrem os cuidados em casa, para que esse índice diminua”, solicita Amanda Fernandes.

Disque dengue

Sugestões, dúvidas e denúncias de locais que possam ser focos de dengue podem ser encaminhadas pelo telefone 0800-285 7790, das 7h às 18h. Pelo telefone, também é possível agendar a visita dos agentes.

ÁGUA SANITÁRIA SERÁ USADA PARA COMBATER A DOENÇA
BH
– Durante entrevista à imprensa realizada na tarde desta segunda-feira (25) na Cidade Administrativa, o secretário de Estado de Saúde, Antônio Jorge de Souza Marques, anunciou a utilização de hipoclorito de sódio (água sanitária) como nova estratégia para o combate à dengue no Estado. A medida vem complementar as ações já desenvolvidas em Minas pelo Governo Estadual.

Segundo o secretário, a eficácia da utilização do produto no combate às larvas do mosquito transmissor da doença é reconhecida pelo Ministério da Saúde. “Fizemos uma discussão técnica com o Ministério da Saúde sobre o risco ambiental da utilização do larvicida tradicional. Pela primeira vez, vamos fazer o uso massivo da água sanitária com a função de larvicida. O líquido é eficaz e pode ser utilizado também no combate às larvas do mosquito da dengue. Os agentes de endemias, em visitas aos domicílios, levarão a água sanitária para as famílias nos pontos onde existirem maior cadeia de transmissão da doença”, declarou.

A SES irá distribuir cerca de 1 milhão de litros do produto para a população de 237 municípios que apresentam alto índice de transmissão da doença. As cidades serão contempladas até a segunda quinzena de abril e três milhões de pessoas serão atendidas. Os agentes de endemias irão levar o produto e as orientações necessárias para o uso.


1 milhão de litros do produto serão distribuídos para exterminar as larvas do mosquito em 237 municípios

Epidemia em Minas matou 28 pessoas
BH
– O governo de Minas Gerais anunciou que o Estado enfrenta uma “epidemia de dengue” e já registra 28 mortes em decorrência da doença.
Foram confirmados neste ano 123.694 casos de dengue nos 853 município mineiros. Esse número é 622% maior do que os 17,1 mil casos notificados de janeiro ao final de março de 2012.

A situação é mais crítica em 30 municípios, que representam 23,3% desse total. As regiões mais atingidas são norte, central, leste e o Triângulo Mineiro.

Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, há duas razões para o avanço da dengue em Minas: o aumento da circulação do vírus do tipo quatro e o relaxamento dos municípios no combate ao mosquito Aedes aegypti por causa das eleições municipais.

O governo mineiro informou que a mudança na gestão em 83% das prefeituras levou à “desmobilização das equipes de controle e vigilância, o que pode ter acarretado na interrupção das ações, que devem ser permanentes”.

Os casos devem continuar crescendo e podem atingir o pico em abril, segundo a secretaria da Saúde. Apesar da epidemia, o governo diz que não há um quadro de calamidade.
Para tentar conter o avanço, serão distribuídos para a população quase dois milhões de litros de água sanitária, que funciona como um larvicida. O governo tem apelado para a população ajudar no combate. (Folha de S. Paulo)

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