Cidades

Ipatinga registra 19 casos da doença e amplia as ações de controle

IPATINGA – Até a primeira semana deste mês de agosto, a Secretaria Municipal de Saúde havia registrado 19 casos de Leishmaniose Visceral (LV) em moradores de Ipatinga. São sete notificações a mais do que o total verificado durante o ano de 2013, com 12 pacientes confirmados. A Leishmaniose Visceral é uma doença grave que acomete órgãos internos – baço e fígado – de pessoas e animais. Para o ser humano, há tratamento. Mas a eliminação de focos do “mosquito palha”, transmissor da doença, é a melhor forma de proteção contra o mal.
A Diretora do Departamento de Vigilância em Saúde da Prefeitura de Ipatinga, Telma Semirames reforça que o sucesso das ações em curso depende da colaboração da comunidade. Isto porque, o “mosquito palha”, vetor da doença, diferentemente do vetor da dengue se reproduz na terra, em ambientes sombreados e rico em matéria orgânica. “Lixo, folhagem úmida, fezes de animais, resto de comida e até cascas de frutas e legumes, comumente usados como adubo em hortas e jardins, são potenciais focos do inseto transmissor da leishmaniose”, detalha.

O TRANSMISSOR

A profissional também tira dúvidas sobre os hábitos do “mosquito palha”. “É um inseto minúsculo, mede de 1 a 3 mm que vive bem próximo ao solo, e se esconde nos buracos das árvores. Por isso, é importante esclarecer para a comunidade que medidas como ‘fumacê’, complementares no controle do mosquito da dengue em casos de epidemia, não surtem efeito para o vetor da leishmaniose. Ou seja, é na limpeza diária dos quintais, varandas e ambientes de animais domésticos que a pessoa mantém sua casa livre do mosquito transmissor da doença”, reforça. Em geral, o inseto pica o homem e os animais ao amanhecer ou início da noite.

CONTAMINAÇÃO

Basta o “mosquito palha” contaminado picar o cão ou pessoas saudáveis para transmitir a leishmaniose para eles. O cão é o potencial hospedeiro da doença nas cidades e mesmo sadio, pode estar contaminado com o parasito Leishmania. Uma importante medida de prevenção é a testagem periódica de cães para a leishmaniose.
Em Ipatinga, a Prefeitura realiza, gratuitamente, o teste rápido em cães (com coleta de sangue na orelha). Em caso positivo, é feito o exame laboratorial confirmatório. Até junho deste ano foram testados 2.707 cães, sendo 509 confirmados para leishmaniose. Em 2013, com a retomada do serviço, foram realizados 2.587 testes, sendo 455 confirmados. Uma vez contaminado pelo parasito, não há cura para o animal. A conduta recomendada pelo Ministério da Saúde é a eutanásia.
O teste pode ser realizado de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 15h30, no Centro de Controle de Zoonoses, no bairro Cidade Nobre. Casos suspeitos de leishmaniose também podem ser comunicados pelo telefone: 3829-8383.

SINTOMAS NO HOMEM

A Leishmaniose Visceral é uma doença não contagiosa, causada por parasito (protozoário Leishmania). Febre acima de 38 graus, associada à perda de apetite, fraqueza, emagrecimento; apatia e palidez e aumento da barriga por crescimento do baço e/ou fígado, são os principais sintomas da doença no homem. Neste caso, é fundamental que a pessoa procure a unidade de saúde mais próxima de sua residência, para fazer o diagnóstico correto.

PREVENÇÃO
– Mantenha o ambiente do cão, o quintal ou varanda, sempre limpos, livres de fezes e acúmulo de restos de alimentos e folhagens. A regra vale para galinheiros e demais ambientes de criação.
– Lembre-se de manter as árvores podadas e manter a grama e o mato sempre cortados, com retirada de entulhos e lixo.
– Não deixe expostos restos de comida, cascas de frutas e legumes, comumente utilizados como adubo em hortas e jardins.
– Adote a posse responsável do animal. Não permita que o mesmo fique solto pelas ruas.
– Permita o acesso dos agentes de controle de endemias em seu domicílio.

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