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Ipatinga está sem liderança e precisa de novas eleições, diz Sávio Tarso

IPATINGA – A possibilidade de haver novas eleições para prefeito de Ipatinga nos próximos meses é uma oportunidade para mudar o futuro da cidade, que sofre com a crise econômica sem precedentes e sucessivas crises políticas nos últimos anos. “Ipatinga está sem rumo e sem liderança”, afirma o historiador e professor Sávio Tarso Pereira da Silva, presidente do diretório municipal do Partido Democrático Trabalhista (PDT), diante da renúncia do ex-prefeito Sebastião Quintão (MDB), que foi impedido de concluir o atual mandato por crimes eleitorais cometidos em 2008 e alcançados pela Lei da Ficha Limpa. Para o dirigente partidário, “a cidade vive há 10 anos uma instabilidade, que cria um cenário oportunista, por exemplo, para a aprovação de pacotes de maldade, como foi o aumento abusivo da taxa de coleta de lixo e IPTU no ano passado, que atualmente sacrifica mais ainda a população”.

Pergunta – Como o senhor analisa o cenário político atual no município, com a cassação do prefeito Sebastião Quintão pelo Tribunal Superior Eleitoral e a iminente convocação de uma eleição extemporânea em Ipatinga?
Sávio Tarso
– Penso que chegou a hora das pessoas que querem o bem da nossa cidade, de verdade, se mobilizarem para assegurar um presente e um futuro melhor para todos. Se confirmada pelo Tribunal Regional Eleitoral, a nova eleição será uma grande oportunidade para não repetirmos os erros do passado recente. Vivemos um clima de instabilidade há algum tempo, e não apenas em função da insegurança política e jurídica que cercava o mandato do prefeito que saiu. Ipatinga está sem rumo e sem liderança. Esta instabilidade continua, mesmo com a renúncia inesperada e temerária do prefeito Sebastião Quintão. Defendemos a realização de novas eleições já. É hora de devolvermos a paz e o desenvolvimento à nossa cidade.

Pergunta – Entre 2009 e 2010, Ipatinga também teve de conviver com prefeitos interinos e eleição extemporânea. Como superar esse “clima de instabilidade”?
Sávio Tarso
– Em menos de 10 anos, estamos vivendo outra transição forçada na Prefeitura por causa de impedimentos de grupos políticos e familiares, que achavam que a cidade era só deles. Isto, sem dúvida, traz insegurança para quem mora e para quem quer investir aqui. Trocar de prefeito em uma cidade como Ipatinga não é o mesmo que trocar de técnico em time de futebol que está perdendo. Estamos pagando um preço muito alto por essas aventuras simplistas e caseiras. É esse quadro de instabilidade que cria um cenário oportunista, por exemplo, para a aprovação de pacotes de maldade, como ocorreu no ano passado. Agora, a população está novamente sendo sacrificada com o aumento abusivo da taxa de coleta de lixo e IPTU, aprovada pela maioria da Câmara. Se preciso for, o PDT entrará na Justiça contra a Lei 3.738/2017, do ex-prefeito Sebastião Quintão.

Pergunta – Para o senhor, quais são os motivos causadores dessa situação atual do município?
Sávio Tarso
– Os últimos governantes do município, infelizmente, cometeram o maior pecado de reduzir Ipatinga, que detinha a liderança do pólo regional, para mera coadjuvante da ação política no Vale do Aço, em Minas Gerais e no Brasil. O motivo disso é, claramente, a prevalência de modelos de governos clientelistas e fisiologistas, que repetem uma fórmula antiga: durante as campanhas, o candidato compromete o bom desempenho da máquina administrativa ao prometer empregos para os seus correligionários. Quando assume o mandato, vem o inchaço da folha de pagamento e o pior de todos os defeitos: o município perde a capacidade de entregar um serviço público de qualidade para a população.

Pergunta – Como o PDT de Ipatinga vai atuar nessa conjuntura de uma possível eleição suplementar, que suscita muita movimentação e apreensão na cidade?
Sávio Tars
o – Queremos reforçar que o PDT municipal está atuante, mobilizado, de caras e propostas novas, conversando com todos os segmentos da cidade que comungam objetivos comuns para superarmos as turbulências deste momento. Reorganizamos o partido com a convicção de que a participação e o diálogo social são cada vez mais fundamentais para superarmos essa crise toda. Não podemos ficar parados, assistindo a tudo acontecer de braços cruzados, é preciso somar esforços. Numa provável eleição extemporânea novamente, desta vez, o PDT vai defender a construção de uma candidatura com projeto para o presente e o futuro de Ipatinga.

Pergunta – Neste ano de eleições gerais, como inserir a realidade de Ipatinga e do Vale do Aço no contexto dos debates políticos?
Sávio Tarso –
Em primeiro lugar, precisamos reconhecer que vivemos na segunda região metropolitana de Minas Gerais e uma das que mais contribui para as riquezas do estado, mas a nossa representação política está bem aquém do nosso potencial. O PDT vai para as eleições deste ano com fôlego renovado e muita força para poder representar bem os municípios na Assembleia Legislativa e no Congresso Nacional. No plano nacional, temos o nosso pré-candidato a presidente da República, Ciro Gomes, um homem respeitado, estudioso e honesto, que já foi governador e ministro sem nunca ter sido sequer acusado de corrupção, e que defende com firmeza projetos necessários para mudarmos os destinos do país. O Ciro e o PDT acompanham de perto o que acontece em nossa cidade, até mesmo pela importância estratégica de Ipatinga e do Vale do Aço no contexto do desenvolvimento nacional.

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